Reflexão

A FÉ NÃO CONSISTE NA IGNORÂNCIA, MAS NO CONHECIMENTO.
João Calvino

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Exercícios de Brasil Colônia - 19 questões

BRASIL COLÔNIA
Sex, 20 de Novembro de 2009 13:08

01. (Fuvest-SP) Os primitivos habitantes do Brasil foram vítimas do processo colonizador. O
europeu, com visão de mundo calcada em preconceitos, menosprezou o indígena e sua
cultura. A acreditar nos viajantes e missionários, a partir de meados do século XVI, há um
decréscimo da população indígena, que se agrava nos séculos seguintes. Os fatores que mais
contribuíram para o citado decréscimo foram:
a) a captura e a venda do índio para o trabalho nas minas de prata do Potosí.
b) as guerras permanentes entre as tribos indígenas e entre índios e brancos.
c) o canibalismo, o sentido mítico das práticas rituais, o espírito sanguinário, cruel e vingativo
dos naturais.
d) as missões jesuíticas do vale amazônico e a exploração do trabalho indígena na extração
da borracha.
e) as epidemias introduzidas pelo invasor europeu e a escravidão dos índios.

02. (UFMG) Leia o texto.
“A língua de que [os índios] usam, toda pela costa, é uma: ainda que em certos vocábulos
difere em algumas partes; mas não de maneira que se deixem de entender. (...) Carece de três
letras, convém a saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque
assim não tem Fé, nem Lei, nem Rei, e desta maneira vivem desordenadamente (...)."
(GANDAVO, Pero de Magalhães, História da Província de Santa Cruz, 1578.)
A partir do texto, pode-se afirmar que todas as alternativas expressam a relação dos
portugueses com a cultura indígena, exceto:
a) A busca de compreensão da cultura indígena era uma preocupação do colonizador.
b) A desorganização social dos indígenas se refletia no idioma.
c) A diferença cultural entre nativos e colonos era atribuída à inferioridade do indígena.
d) A língua dos nativos era caracterizada pela limitação vocabular.
e) Os signos e símbolos dos nativos da costa marítima eram homogêneos.

03. (Fuvest-SP) A sociedade colonial brasileira "herdou concepções clássicas e medievais de
organização e hierarquia, mas acrescentou-lhe sistemas de graduação que se originaram da
diferenciação das ocupações, raça, cor e condição social. (...) as distinções essenciais entre
fidalgos e plebeus tenderam a nivelar-se, pois o mar de indígenas que cercava os
colonizadores portugueses tornava todo europeu, de fato, um gentil-homem em potencial. A
disponibilidade de índios como escravos ou trabalhadores possibilitava aos imigrantes
concretizar seus sonhos de nobreza. (...) Com índios, podia desfrutar de uma vida
verdadeiramente nobre. O gentio transformou-se em um substituto do campesinato, um novo estado, que permitiu uma reorganização de categorias tradicionais. Contudo, o fato de serem aborígines e, mais tarde, os africanos, diferentes étnica, religiosa e fenotipicamente dos europeus, criou oportunidades para novas distinções e hierarquias baseadas na cultura e na cor."
(Stuart B. Schwartz, Segredos internos.)
A partir do texto pode-se concluir que
a) a diferenciação clássica e medieval entre clero, nobreza e campesinato, existente na
Europa, foi transferida para o Brasil por intermédio de Portugal e se constituiu no elemento
fundamental da sociedade brasileira colonial.
b) a presença de índios e negros na sociedade brasileira levou ao surgimento de instituições
como a escravidão, completamente desconhecida da sociedade européia nos séculos XV e
XVI.
c) os índios do Brasil, por serem em pequena quantidade e terem sido facilmente dominados,
não tiveram nenhum tipo de influência sobre a constituição da sociedade colonial.
d) a diferenciação de raças, culturas e condição social entre brancos e índios, brancos e
negros tendeu a diluir a distinção clássica e medieval entre fidalgos e plebeus europeus na
sociedade.
e) a existência de uma realidade diferente no Brasil, como a escravidão em larga escala de
negros, não alterou em nenhum aspecto as concepções medievais dos portugueses durante os
séculos XVI e XVII.
04. (UFMG) Todas as alternativas apresentam fatores que explicam a primazia dos
portugueses no cenário dos grandes descobrimentos, exceto
a) a atuação empreendedora da burguesia lusa no desenvolvimento da indústria náutica.
b) a localização geográfica de Portugal, distante do Mediterrâneo oriental e sem ligações
comerciais com o restante do continente.
c) a presença da fé e o espírito da cavalaria e das cruzadas que atribuíam aos portugueses a
missão de cristianizar os povos chamados "infiéis".
d) o aparecimento pioneiro da monarquia absolutista em Portugal responsável pela formação
do Estado moderno.

05. (FESO-RJ) "O governo-geral foi instituído por D. João III, em 1548, para coordenar as
práticas colonizadoras do Brasil. Consistiriam estas últimas em dar às capitanias hereditárias
uma assistência mais eficiente e promover a valorização econômica e o povoamento das áreas
não ocupadas pelos donatários."
(Manoel Maurício de Albuquerque. Pequena história da formação social brasileira. Rio de
Janeiro: Graal, 1984. p. 180.)
As afirmativas abaixo identificam corretamente algumas das atribuições do governador-geral, à
exceção de:
a) Estimular e realizar expedições desbravadoras de regiões interiores, visando, entre outros
aspectos, à descoberta de metais preciosos.
b) Visitar e fiscalizar as capitanias hereditárias e reais, especialmente aquelas que
vivenciavam problemas quanto ao povoamento e à exploração das terras.
c) Distribuir sesmarias, particularmente para os beneficiários que comprovassem rendas e
meios de valorizar economicamente as terras recebidas.
d) Regular as alianças com tribos indígenas, controlando e limitando a ação das ordens
religiosas, em especial da Companhia de Jesus.
e) Organizar a defesa da costa e promover o desenvolvimento da construção naval e do
comércio de cabotagem.

06. (UNISO) Durante a maior parte do período colonial a participação nas câmaras das vilas
era uma prerrogativa dos chamados "homens bons", excluindo-se desse privilégio os outros
integrantes da sociedade. A expressão "homem bom" dizia respeito a:
a) homens que recebiam a concessão da Coroa portuguesa para explorar minas de ouro e de
diamantes;
b) senhores de engenho e proprietários de escravos;
c) funcionários nomeados pela Coroa portuguesa para exercerem altos cargos administrativos
na colônia;
d) homens considerados de bom caráter, independentemente do cargo ou da função que
exerciam na colônia.

07. (UNAERP-SP) Em 1534, o governo português concluiu que a única forma de ocupação do
Brasil seria através da colonização. Era necessário colonizar, simultaneamente, todo o extenso
território brasileiro.
Essa colonização dirigida pelo governo português se deu através da:
a) criação da Companhia Geral do Comércio do Estado do Brasil.
b) criação do sistema de governo-geral e câmaras municipais.
c) criação das capitanias hereditárias.
d) d) montagem do sistema colonial.
e) criação e distribuição das sesmarias.

08. (Cesgranrio-RJ) Assinale a opção que caracteriza a economia colonial estruturada como
desdobramento da expansão mercantil européia da épaca moderna.
a) A descoberta de ouro no final do século XVII aumentou a renda colonial, favorecendo o
rompimento dos monopólios que regulavam a relação com a metrópole.
b) O caráter exportador da economia colonial foi lentamente alterado pelo crescimento dos
setores de subsistência, que disputavam as terras e os escravos disponíveis para a produção.
c) A lavoura de produtos tropicais e as atividades extrativas foram organizadas para atender
aos interesses da política mercantilista européia.
d) A implantação da empresa agrícola representou o aproveitamento, na América, da
experiência anterior dos portugueses nas suas colônias orientais.
e) A produção de abastecimento e o comércio interno foram os principais mecanismos de
acumulação da economia colonial.

09. (UFRJ) "(...) meu coração estremece de infinita alegria por ver que a terra onde nasci em
breve não será pisada por um pé escravo.
(...) Quando a humanidade jazia no obscurantismo, a escravidão era apanágio dos tiranos;
hoje, que a civilização tem aberto brecha nas muralhas da ignorância e preconceitos, a
liberdade desses infelizes é um emblema sublime (...).
Esta festa é a precursora de uma conquista da luz contra as trevas, da verdade contra a
mentira, da liberdade contra a escravidão."
(ESTRELLA, Maria Augusta Generoso e Oliveira. "Discurso na Sessão Magna do Clube
Abolicionista", 1872, Arquivo Público Estadual, Recife-PE.)
A escravidão está associada às diversas formas de exploração e de violência contra a
população escrava. Essa situação, embora característica dos regimes escravocratas, registra
inúmeros momentos de rebeldia. Em suas manifestações e ações cotidianas, homens e
mulheres escravizados reagiram a esta condição, proporcionando formas de resistência que
resultaram em processos sociais e políticos que, a médio e longo prazos, influíram na
superação dessa modalidade de trabalho.
a) Cite duas formas de resistência dos negros contra o regime da escravidão ocorridas no
Brasil.
b) Explique um fator que tenha contribuído para a transição para o trabalho livre no Brasil no
século XIX.

10. (Cesgranrio-RJ) "O senhor de engenho é título a que muitos aspiram, porque traz consigo o
ser servido, obedecido e respeitado de muitos." O comentário de Antonil, escrito no século
XVIII, pode ser considerado característico da sociedade colonial brasileira porque:
a) a condição de proprietário de terras e de homens garantia a preponderância dos senhores
de engenho na sociedade colonial.
b) a autoridade dos senhores restringia-se aos seus escravos, não se impondo às comunidades vizinhas e a outros proprietários menores.
c) as dificuldades de adaptação às áreas coloniais levaram os europeus a organizar uma
sociedade com mínima diferenciação e forte solidariedade entre seus segmentos.
d) as atividades dos senhores de engenho não se limitavam à agroindústria, pois controlavam
o comércio de exportação, o tráfico negreiro e a economia de abastecimento.
e) o poder político dos senhores de engenho era assegurado pela metrópole através da sua
designação para os mais altos cargos da administração colonial.

11. (UFMG) "Restituídas as capitanias de Pernambuco ao domínio de Sua Majestade, livres já
dos inimigos que de fora as vieram conquistar, sendo poderosas as nossas armas para sacudir
o inimigo, que tantos anos nos oprimiu, nunca foram capazes para destruir o contrário, que das
portas adentro nos infestou, não sendo menores os danos destes do que tinham sido as
hostilidades daqueles."
("Relação das guerras feitas aos Palmares de Pernambuco no tempo do Governador D. Pedro
de Almeida, de 1675 a 1678", citado por CARNEIRO, Edson. Quilombo dos Palmares. 2.ed.
São Paulo: CEN, Col. Brasiliana, 1958. v.302.)
O texto faz referência tanto às invasões holandesas ("... dos inimigos que de fora as vieram
conquistar")
quanto ao quilombo de Palmares (“... o contrário, que das portas adentro nos infestou").
O quilombo de Palmares, núcleo de rebeldia escrava no Nordeste brasileiro, alcançou
considerável crescimento durante o período de ocupação holandesa em Pernambuco. Mesmo
após a expulsão dos invasores estrangeiros pela população local, o quilombo resistiu a
inúmeros ataques de tropas governistas.
a) Apresente uma razão para a ocupação holandesa do Nordeste brasileiro.
b) Explique, com base em um argumento, a longa duração de Palmares.

12. (UEL-PR) No Brasil colônia, a pecuária teve um papel decisivo na
a) ocupação das áreas litorâneas.
b) expulsão do assalariado do campo.
c) formação e exploração dos minifúndios.
d) fixação do escravo na agricultura.
e) expansão para o interior.

13. (Cesgranrio-RJ) A ocupação do território brasileiro, restrita, no século XVI, ao litoral e
associada à lavoura de produtos tropicais, estendeu-se ao interior durante os séculos XVII e
XVIII, ligada à exploração de novas atividades econômicas e aos interesses políticos de
Portugal em definir as fronteiras da colônia.
As afirmações abaixo relacionam as regiões ocupadas a partir do século XVII e suas
atividades dominantes.
1) No vale amazônico, o extrativismo vegetal – as drogas do sertão – e a captura de índios
atraíram os colonizadores.
2) A ocupação do Pampa gaúcho não teve nenhum interesse econômico, estando ligada aos
conflitos luso-espanhóis na Europa.
3) O planalto central, nas áreas correspondentes aos atuais estados de Minas Gerais, Goiás e
Mato Grosso, foi um dos principais alvos do bandeirismo, e sua ocupação está ligada à
mineração.
4) A zona missioneira no Sul do Brasil representava um obstáculo tanto aos colonos,
interessados na escravização dos indígenas, quanto a Portugal, dificultando a demarcação das
fronteiras.
5) O Sertão nordestino, primeira área interior ocupada no processo de colonização, foi um
prolongamento da lavoura canavieira, fornecendo novas terras e mão-de-obra para a expansão
da lavoura.
As afirmações corretas são:
a) somente 1, 2 e 4.
b) somente 1, 2 e 5.
c) somente 1, 3 e 4.
d) somente 2, 3 e 4.
e) somente 2, 3 e 5.

14. (Unicamp-SP) O escravo no Brasil é geralmente representado como dócil, dominado pela
força e submisso ao senhor. Porém, muitos historiadores mostram a importância da resistência
dos escravos aos senhores e o medo que os senhores sentiram diante dos quilombos,
insurreições, revoltas, atentados e fugas de escravos.
a) Descreva o que eram os quilombos.
b) Por que a metrópole portuguesa e os senhores combateram os quilombos, as revoltas, os
atentados e as fugas de escravos no período colonial brasileiro?

15. (Cesgranrio-RJ) A expansão da colonização portuguesa na América, a partir da segunda
metade do século XVIII, foi marcada por um conjunto de medidas, dentre as quais podemos
citar:
a) o esforço para ampliar o comércio colonial, suprimindo-se as práticas mercantilistas.
b) a instalação de missões indígenas nas fronteiras sul e oeste, para garantir a posse dos
territórios por Portugal.
c) o bandeirismo paulista, que destruiu parte das missões jesuíticas e descobriu as áreas
mineradoras do planalto central.
d) a expansão da lavoura da cana para o interior, incentivada pela alta dos preços no
mercado internacional.
e) as alianças políticas e a abertura do comércio colonial aos ingleses, para conter o
expansionismo espanhol.

16. (Fuvest-SP) Podemos afirmar sobre o período da mineração no Brasil que
a) atraídos pelo ouro, vieram para o Brasil aventureiros de toda espécie, que inviabilizaram a
mineração.
b) a exploração das minas de ouro só trouxe benefícios para Portugal.
c) a mineração deu origem a uma classe média urbana que teve papel decisivo na independência do Brasil.
d) o ouro beneficiou apenas a Inglaterra, que financiou sua exploração.
e) a mineração contribuiu para interligar as várias regiões do Brasil e foi fator de diferenciação da sociedade.

17. (UFMG) Em 1703, Portugal assinou com a Inglaterra o tratado de Methuen. A assinatura
desse tratado teve implicações profundas para as economias portuguesa e inglesa.
a) Apresente a situação em que se encontrava Portugal na época da assinatura do tratado.
b) Cite a principal cláusula do tratado de Methuen.
c) Apresente 2 (duas) implicações fundamentais desse tratado para a economia portuguesa.
d) Apresente a implicação fundamental desse tratado para a economia inglesa.

18. (UFMG) Leia o texto. Ele refere-se à capitania de Minas Gerais no século XVIII.
"... ponderando-se o acharem-se hoje as Vilas dessa Capitania tão numerosas como se
acham, e que sendo uma grande parte das famílias dos seus moradores de limpo nascimento,
era justo que somente as pessoas que tiverem esta qualidade andassem na governança delas,
porque se a falta de pessoas capazes fez a princípio necessária a tolerância de admitir os
mulatos aos exercícios daqueles oficias, hoje, que tem cessado esta razão, se faz indecoroso
que eles sejam ocupados por pessoas em que haja semelhante defeito..."
(D. João, Lisboa, 27 de janeiro de 1726.)
No trecho dessa carta, o rei de Portugal refere-se à impropriedade de os mulatos continuarem
a exercer o cargo de
a) governador, magistrado escolhido entre os "homens bons" da colônia para administrarem a
capitania.
b) intendente das minas, ministro incumbido de controlar o fluxo de alimentos e do comércio.
c) ouvidor, funcionário responsável pela administração das finanças e dos bens eclesiásticos.
d) vereador, membro do Senado da Câmara, encarregado de cuidar da administração local.

19. (PUC-SP) "Eu a Rainha faço saber:
Que devido ao grande número de fábricas e manufaturas, que desde alguns anos tem se
difundido em diferentes capitanias do Brasil, com grave prejuízo da cultura e da lavoura e da
exploração das terras minerais daquele continente; porque havendo nele falta de população é
evidente que quanto mais se multiplicar o número de fabricantes, mais diminuirá o de
cultivadores e menos braços haverá...
Hei por bem ordenar que todas as fábricas e manufaturas... (excetuando-se as que tecem
fazendas grossas de algodão) sejam extintas e abolidas em qualquer parte dos meus domínios
no Brasil."
(Alvará de 5/1/1785.)
No final do século XVIII, ampliam-se as restrições e proibições impostas pela metrópole
portuguesa ao desenvolvimento das atividades econômicas na colônia. O texto reproduzido
acima, baixado por D. Maria I, rainha de Portugal, contém aspectos dessa política de
restrições. Leia com atenção o texto e a seguir: a) identifique a restrição central nele imposta;
b) destaque e comente um argumento usado no texto para justificar tal medida.


GABARITO
01. E
02. A
03. D
04. B
05. E
06. B
07. C
08. C
09. a) Uma forma de resistência era a fuga e a posterior organização em quilombos; outra era
a simples passividade perante o trabalho e o não-enfrentamento com o senhor, levando o
escravo algumas vezes ao suicídio.
b) Um fato foi o fim do tráfico negreiro em 1850 (Lei Eusébio de Queirós), levando ao lento
processo de diminuição da população de escravos.
10. A
11. a) Os holandeses atacaram o Nordeste brasileiro em decorrência do embargo açucareiro
decretado por Filipe II, rei da Espanha e, nos termos da União Ibérica de 1580 a 1640, também
rei de Portugal.
b) A longa duração de Palmares é, em grande parte, fruto do longo conflito com os
holandeses em Pernambuco (1630-54). Apesar de um período de apaziguamento, os atritos
entre holandeses e portugueses ou brasileiros estimulavam as fugas de escravos e contribuíam
para o fortalecimento do quilombo.
12. E
13. C
14. a) Os quilombos eram aldeamentos de negros fugitivos.
b) Porque a simples existência de quilombos representava uma forma de subversão da ordem
econômica brasileira, impedindo eventualmente que a colônia cumprisse sua função perante a
metrópole.
15. B
16. E
17. a) Portugal encontrava-se em decadência econômica, após o malfadado período da União
Ibérica (até 1640) e o rompimento das relações com os holandeses.
b) A principal cláusula do tratado de Methuen é aquela que abre Portugal para as importações
de tecidos ingleses e, em troca, a Inglaterra se abre para os vinhos portugueses.
c) A partir da assinatura do tratado, a economia portuguesa abre-se para as importações de
tecidos ingleses, arrasando o pequeno setor têxtil português e condenando o país à
especialização agrícola, mais especificamente à produção de vinhos.
d) O tratado garantiu para a Inglaterra o controle sobre o mercado português e,
conseqüentemente, sobre o brasileiro.
18. D
19. a) O alvará de 1785 basicamente restringe a instalação de manufaturas no Brasil e obriga
o fechamento das já existentes.
b) O principal argumento utilizado é a escassa mão-de-obra brasileira, que seria mais bem
aproveitada na lavoura e na mineração. O argumento é falso, já que tanto a atividade
mineradora quanto a lavoura tradicional (açucareira) encontravam-se em franca decadência. O
verdadeiro interesse português era a necessidade de garantir o monopólio metropolitano sobre
os manufaturados.
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Exercício de Idade Média - 43 questões

Questões sobre Idade Média
1. (ESPM jul08) Leia o documento que se segue e responda: Em primeiro lugar, prestaram homenagem da maneira seguinte: o conde perguntou ao seu interlocutor se queria tornar-se seu homem, sem reserva, e este respondeu: - Quero; depois estando as suas mãos apertadas pelas do conde, aquele que havia prestado homenagem fez compromisso da sua fidelidade ao ‘avant-parlier’ (porta-voz) do conde, nestes termos: — Prometo pela minha —, ser, a partir deste instante, fiel ao conde Guilherme e guardar-lhe, contra todos e inteiramente à minha homenagem, de boa fé e sem dolo; em terceiro lugar jurou o mesmo sobre as relíquias dos santos. (F.L.Ganshof. O que é Feudalismo?)
Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, quem se submetia a tal juramento e uma de suas obrigações:
a) Suserano; corvéia, ou prestação de trabalho por 3 dias da semana ao senhor.
b) Suserano; banalidade ou taxas pagas pelo uso das instalações do feudo.
c) Vassalo; formariage ou taxa paga para poder se casar.
d) Vassalo; auxílio militar obrigatório durante quarenta dias ao ano.
e) Servo; auxílio financeiro para quando do casamento da filha mais velha do suserano

2. (ESPM Nov07) A obra pode ser considerada autêntica tradição muçulmana formada pelo conjunto das tradições ou narrativas orais fragmentadas chamadas “hadiths”. Apresenta os comportamentos do profeta, as maneiras que tinha de comer, de beber, de se vestir, de cumprir os seus deveres religiosos, de lidar com os crentes e os infiéis.
(Anne-Marie Delcambre. Maomé: a palavra de Alá)
O enunciado deve ser relacionado com:
a) Alcorão.
b) Rubbayat.
c) Suna.
d) Zend Avesta.
e) Torá.
3. (ESPM Jul07) Quando vos dispuserdes à oração, purificai ante o rosto, as mãos até os cotovelos, a face até as orelhas, e os pés até os tornozelos. O asseio é a chave da oração. Socorrei vossos filhos, vossos parentes, os órfãos, os pobres, os peregrinos; o bem que fizerdes será conhecido do Onipotente. Dai esmola de dia, à noite, em público ou em segredo; sereis recompensados pelas mãos do Eterno e ficareis isentos dos terrores e tormentos. Aquele que dá por ostentação é semelhante a um rochedo coberto de pó; vem a chuva e não lhe resta senão sua dureza. No mês de Ramadã, comer e beber só vos é permitido até o momento em que a claridade vos deixar distinguir um fio branco de um fio preto: jejuai então do começo do dia até a noite e passai o dia em oração. (Leonel Itaussu e Luís César. História Antiga e Medieval)
Quanto ao trecho apresentado no enunciado devemos relacioná-lo com:
a) O Alcorão e algumas das obrigações dos muçulmanos.
b) O Suna e algumas das obrigações dos muçulmanos.
c) O Talmud e algumas das obrigações dos muçulmanos.
d) O Tora e algumas das obrigações dos muçulmanos.
e) O Zend-Avesta e algumas das obrigações dos muçulmanos.

4. (ESPM Nov06) “Defronte da porta leste da catedral de Clermont, na França, reunia-se uma multidão. Lá estavam, porque o papa Urbano II comunicou que faria uma grande proclamação de muita importância. Disse aos presentes que seus irmãos da cristandade oriental estavam sofrendo muito nas mãos de uma casta virulenta de infiéis. O sofrimento era tão grande, que eles pediram ajuda ao Ocidente. Até Jerusalém, a sagrada das sagradas, tinha sido profanada pelos pagãos. Não era mais seguro para os seguidores de Cristo visitarem o local onde ele sofreu e morreu pela humanidade. Poderia o mundo cristão observar pacificamente os turcos pagãos rirem por trás das paredes da
cidade mais sagrada da cristandade?”
(W. B. Bartlett, O Chamado às Armas)
O texto remete diretamente para:
a) A Querela das Investiduras, disputa entre a Igreja Católica Romana e o Sacro Império Romano Germânico.
b) Chamada feita pelo Papa Urbano II, convocando os cristãos a participarem da Guerra da Reconquista da Península Ibérica.
c) O Cisma do Oriente e a guerra entre católicos romanos e católicos ortodoxos.
d) Convocação pelo Papa Urbano II dos cristãos para organizarem a Primeira Cruzada.
e) A tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos, ação que afetou os interesses cristãos no Mediterrâneo.

5. (GV ADM Jun08) De um lado a Igreja. Do outro lado, os poderes laicos, nomeadamente o do Império Romano-Germânico, herdeiro parcial de Carlos Magno. Esses dois poderes são distintos, mas defrontam-se vivamente para assegurarem a preeminência de um sobre o outro. A aspiração à reforma da Igreja corresponde portanto a uma velha exigência: libertar a Igreja do seu enfeudamento ao temporal. Esse movimento assume uma importância excepcional com a reforma gregoriana, que Gregório VII, papa de 1073 a 1085, simboliza. Reforma que se realiza ao longo de todo o século XII.
Le Goff, J. Em busca da Idade Média. Trad., Lisboa, Teorema, 2003, p. 61.
A respeito da Reforma Gregoriana é correto afirmar:
a) Significou o rompimento dos poderes eclesiásticos com as estruturas feudais e uma defesa das transformações econômicas e políticas que levariam ao capitalismo.
b) Caracterizou-se pela tentativa de demarcar as fronteiras entre clérigos e leigos com a recomendação enérgica do celibato clerical e a afirmação da superioridade dos poderes espirituais sobre os temporais.
c) Foi marcada por uma profunda reorientação religiosa que condenava o culto aos santos, a devoção às relíquias, às práticas de peregrinação e sustentava a infalibilidade das Escrituras Sagradas.
d) Permitiu uma reaproximação com a Igreja de Constantinopla baseada na proibição da devoção às imagens e uma convivência mais tolerante com judeus e muçulmanos.
e) Representou o reconhecimento das autoridades temporais, sobretudo do Império Romano-Germânico, como a única instituição de caráter universal no seio da cristandade.

6. (GV Econ. Dez06) “Em primeiro lugar, fizeram homenagem desta maneira: o conde perguntou ao futuro vassalo se queria tornar-se seu homem sem reservas, e este respondeu: ‘Eu o quero’; estando então suas mãos apertadas nas mãos do conde, eles se uniram por um beijo. Em segundo lugar, aquele que havia feito homenagem hipotecou sua fé (...); em terceiro lugar, ele jurou isto sobre as relíquias dos santos. Em seguida, com o bastão que tinha à mão, o conde lhes deu a investidura (...).”
Galbert de Bruges, in Gustavo de Freitas, 900 textos e documentos de História

Da situação descrita no documento, resultou
a) a formação de um exército de mercenários, pois os vassalos lutavam por terras, o que se tornou fundamental às monarquias nacionais.
b) o fortalecimento da autoridade dos monarcas, que ganharam o direito de comandar seus vassalos e, assim, reprimir as rebeliões senhoriais e camponesas.
c) a organização das Cruzadas, devido ao interesse do Papado em reafirmar seu poder sobre a cristandade após o Cisma do Oriente.
d) o surgimento de Estados nacionais, já que os reis conseguiram o apoio militar e financeiro dos nobres em sua luta contra os poderes locais.
e) a fragmentação do poder real, uma vez que os vassalos deviam obediência direta a seu suserano, que exercia autoridade em sua região.

7. (GV Econ. Dez07) A palavra servo vem de servus (latim), que significa “escravo”. No período medieval, esse termo adquiriu um novo sentido, passando a designar a categoria social dos homens não livres, ou seja, dependentes de um senhor. (...) A condição servil era marcada por um conjunto de direitos senhoriais ou, do ponto de vista dos servos, de obrigações servis.
(Luiz Koshiba, História: origens, estruturas e processos)
Assinale a alternativa que caracterize corretamente uma dessas obrigações servis.
a) Dízimo era um imposto pago por todos os servos para o senhor feudal custear as despesas de proteção do feudo.
b) Talha era a cobrança pelo uso da terra e dos equipamentos do feudo e não podia ser paga com mercadorias e sim com moeda.
c) Mão morta era um tributo anual e per capita, que recaía apenas sobre o baixo clero, os vilões e os cavaleiros.
d) Corvéia foi um tributo aplicado apenas no período decadente do feudalismo e que recaía sobre os servos mais velhos.
e) Banalidades eram o pagamento de taxas pelo uso das instalações pertencentes ao senhor feudal, como o moinho e o forno.

8. (Fuvest Nov05) Segundo o historiador Robert S. Lopez (A Revolução Comercial da Idade Média 950-1350), “o estatuto dos construtores das catedrais medievais representava um grande progresso relativamente à condição miserável dos escravos que erigiram as Pirâmides e dos forçados que construíram os aquedutos romanos”. As catedrais medievais foram construídas por
a) artesãos livres e remunerados.
b) citadinos voluntários trabalhando em mutirão.
c) camponeses que prestavam trabalho gratuito.
d) mão de obra especializada e estrangeira.
e) servos rurais recompensados com a liberdade.

9. (Fuvest Nov06) "Os cristãos fazem os muçulmanos pagar uma taxa que é aplicada sem abusos. Os comerciantes cristãos, por sua vez, pagam direitos sobre suas mercadorias quando atravessam o território dos muçulmanos. O entendimento entre eles é perfeito e a eqüidade é respeitada."
Ibn Jobair, em visita a Damasco, Síria, 1184. In: Amin Maalouf, 1988.

Com base no texto, pode-se afirmar que, na Idade Média,
a) as relações comerciais entre as civilizações do Ocidente e do Oriente eram realizadas pelos judeus e bizantinos.
b) o conflito entre xiitas e sunitas pôs a perder o florescente comércio que se havia estabelecido gradativamente entre cristãos e muçulmanos.
c) o comércio, entre o Ocidente cristão e o Oriente islâmico, permaneceu imune a qualquer interferência de caráter político.
d) a Península Ibérica desempenhou o papel de centro econômico entre os mundos cristão e islâmico por ser a única área de contacto entre ambos.
e) as cruzadas e a ocupação da Terra Santa pelos cristãos engendraram a intensificação das relações comerciais entre cristãos e muçulmanos

10. (Fuvest Jan07) Na Europa Ocidental, durante a Idade Média, o auge do feudalismo (século X ao XIII) coincide com o auge da
servidão. Explique
a) no que consistia a servidão.
b) por que a servidão entrou em crise e deixou de ser dominante a partir do século XIV.

11. (Fuvest Jan08) A cidade antiga (grega, entre os séculos VIII e IV a.C.) e a cidade medieval (européia, entre os séculos XII e
XIV), quando comparadas, apresentam tanto aspectos comuns quanto contrastantes.
Indique aspectos que são
a) comuns às cidades antiga e medieval.
b) específicos de cada uma delas.

12. (Mack Jun08) “Na Idade Média, as relações espaciais tendiam a ser organizadas como símbolos e valores. O objeto mais alto da cidade era a flecha da Igreja que apontava para o céu e dominava as construções — como a Igreja dominava as esperanças e as crenças dos fiéis.”
(MUNFORD, L.)
A arte espiritual do início da Idade Média, que rejeitava toda a imitação da realidade, passa a dar lugar a um estilo mais naturalista e às construções verticalizadas. A arte gótica, desenvolvida na segunda metade do século XII, pode ser considerada um reflexo das transformações ocorridas na Baixa Idade Média, entre as quais
a) a transição, nas unidades feudais, da servidão feudal para o trabalho livre, devido ao crescimento populacional verificado desde o final do século X e, sobretudo, no século XI, na Europa Ocidental.
b) a nova mentalidade presente nas corporações de ofício, onde se passou a defender toda a possibilidade de lucro, e não mais o “justo preço” defendido pela Igreja Católica.
c) o abandono do espírito coletivista que regrava a vida social do homem medieval e a imposição de valores teocêntricos que passaram a direcionar um novo comportamento social.
d) a diminuição da influência cultural e do poder econômico da Igreja Católica Apostólica Romana que, com o Renascimento Comercial, já não era mais a maior proprietária de terras.
e) a mudança de mentalidade do homem medieval, fruto do desenvolvimento comercial e do crescimento da influência da classe burguesa, que passou a valorizar, cada vez mais, o espírito individualista e empreendedor.

13. (Mack Jul07) De um modo geral, a organização social funda-se numa especialização das atividades de duas elites, uma encarregada das funções espirituais e, a outra, da ação militar, ambas sustentadas pelo trabalho da massa camponesa. O nível de vida dos eclesiásticos e cavaleiros era ainda muito medíocre, [...] mas, se ele se elevar, se a produção agrícola aumentar, os especialistas da prece e do combate disporão de maiores riquezas para o seu lazer, para as despesas do luxo, para as empresas de conquista longínqua, para as pesquisas artísticas e intelectuais.
E. Perroy (adaptado)
As referências presentes no trecho acima permitem relacioná-lo à vida social e econômica
a) dos fenícios, em particular nas antigas cidades-Estado de Biblos e Tiro.
b) dos romanos, ao tempo da República e dos conflitos entre patrícios e plebeus.
c) das tribos árabes, que habitavam, por volta do século VI, a região onde estavam as cidades de Meca e Iatreb.
d) de reinos europeus, nos séculos em que se consolidava o sistema feudal.
e) dos povos pré-cabralinos, às vésperas da chegada de europeus ao continente.

14. (Mack Jul07) A respeito do nascimento e da consolidação dos Estados nacionais ibéricos, no limiar da Idade Moderna, são feitas as seguintes afirmações:
I. As lutas de reconquista do território da península aos muçulmanos, que a haviam ocupado desde o século
VIII, constituem um dos principais elementos do processo de formação desses Estados nacionais.
II. A ascensão de D. João, mestre de Avis, ao trono português, em 1385, encontrou apoio nos grupos de
comerciantes portugueses, numa época de florescimento das atividades comerciais no Reino.
III. O ano de 1492, além de selar definitivamente a centralização política da futura Espanha após a vitória militar
sobre o rei mouro de Granada, marca a descoberta da América por Colombo, que viajara a serviço dos “Reis
Católicos”.
Assinale:
a) se apenas I é correta.
b) se apenas I e II são corretas.
c) se apenas II e III são corretas.
d) se apenas I e III são corretas.
e) se I, II e III são corretas.


15. (Mack Jun07) (...) Resta enfim a inatividade sagrada: a vida terrestre do homem é uma prova que, em caso de sucesso, conduz à felicidade eterna; o culto de Deus e dos santos é, portanto, uma atividade espiritual mais importante que o trabalho material. Este é imposto ao homem como resgate do pecado e como meio de santificação, mas não tem por fim senão a subsistência do homem. Nem o trabalho nem o produto do trabalho são um fim em si. O calendário litúrgico impunha, pois, aos fiéis a cessação de toda atividade laboriosa por ocasião de um grande número de festas, a fim de que eles se consagrassem inteiramente ao culto. Assim, em razão do número de festas e de vigílias, a duração média do trabalho semanal não parece ter sido superior a quatro dias! No século XV suprimiu-se um bom número de festas com folga, mas no século XVI contavam-se ainda, anualmente, além dos domingos, umas sessenta delas. É evidente que a mentalidade medieval ignorava a obsessão pelo trabalho e pela produtividade, que seria rigorosa na época mercantilista (...).
Guy Antonetti — A economia medieval
Segundo o trecho acima, sobre a Idade Média, é correto afirmar que:
a) a economia, naquela época, conheceu períodos de profunda estagnação em razão do absoluto desinteresse dos
homens pelo trabalho material e pelo lucro, preocupados que estavam apenas com o culto de Deus e dos santos.
b) um traço próprio da mentalidade medieval, quando comparada à de uma época posterior, é a ausência da obsessão pelo trabalho material e sua produtividade.
c) o excessivo número de festas religiosas imposto pela Igreja reduzia drasticamente os dias úteis de trabalho, provocando períodos de escassez de alimentos e, em conseqüência, uma maior preocupação dos homens com a vida eterna.
d) o anseio por resgatar-se do pecado original e por santificar-se levou o homem medieval a considerar o trabalho e seu produto um bem em si, ou seja, o caminho único que conduziria à felicidade eterna.
e) na época mercantilista, a supressão de um bom número de feriados religiosos foi a causa de ter nascido nos homens a obsessão pelo trabalho e pela produtividade, bem própria da mentalidade capitalista então nascente.

16. (Mack Dez06) Em todos os países, os reis eram então considerados personagens sagradas; pelo menos em certos países, eram tidos como taumaturgos. Durante muitos séculos, os reis da França e os reis da Inglaterra (para usar uma expressão já clássica) ‘tocaram as escrófulas’: significando que eles pretendiam, somente com o contato de suas mãos, curar os doentes afetados por essa moléstia; acreditava-se comumente em sua virtude medical. Durante um período apenas um pouco menos extenso, os reis da Inglaterra distribuíram a seus súditos, mesmo para além dos limites de seus Estados, os anéis (os cramprings) que, por terem sido consagrados pelos monarcas, haviam supostamente recebido o poder de dar saúde aos epilépticos e de amainar as dores musculares.
Marc Bloch — Os reis taumaturgos
O trecho dado, da obra do historiador francês,
a) menciona superstições medievais que sobreviveram em tempos modernos, sem, contudo, possuir nenhum significado político ou religioso.
b) comprova a ligação da política absolutista européia com o charlatanismo dos curandeiros medievais.
c) faz referência ao caráter sobrenatural que se atribuía ao poder dos reis em algumas monarquias européias.
d) descreve as práticas mais comuns de exercício da medicina na Idade Moderna.
e) destaca o problema político que representavam os escrofulosos e os epilépticos para as monarquias medievais.

17. (Mack Dez06) Foi nesse terreno de cerca de 3,5 milhões de km2 e predominantemente desértico que, na primeira quadra do século VII, se constituiu (...) a religião (...), a qual, num espaço de tempo relativamente exíguo, o empolgaria por inteiro, e foi também a partir dele que, na quadra seguinte, os conversos saíram para fazer a sua entrada decisiva no palco da história universal, construindo um dos mais poderosos impérios da face da Terra e ampliando de maneira considerável o número de adeptos da nova fé.
Adaptado de Mamede M. Jarouche, Revista Entre Livros, nº- 3
O texto acima faz menção a uma religião
a) que abriga a crença na existência de vários deuses, todos eles personificações dos astros (sobretudo o Sol)
e de fenômenos da natureza (como o raio e o trovão).
b) cuja denominação (Islã) indica um de seus mais importantes princípios, ou seja, a submissão do fiel à vontade
de Alá, “único Deus”.
c) que possui entre seus dogmas a absoluta intolerância em relação a povos de religiões diversas, ineptos para
a conversão e para os quais resta, apenas, o extermínio pela guerra.
d) cujos fiéis devem praticar a antropofagia ritual, considerada fonte de virilidade e bravura guerreira.
e) que suprimiu completamente a crença em profetas (“os anunciadores da vontade de Deus”) e em anjos (“os
protetores dos homens”).

18. (Mack Jun06) Os homens deste tempo [...] dividem-se em três “ordens”. Entendamo-las como categorias nitidamente delimitadas, estáveis, estabelecidas por Deus mesmo e, todos o crêem, desde a criação, para assegurar a ordem do mundo, e cada qual correspondente a um “estado” particular, a uma missão especial. Na primeira classe, situam-se os que rezam e sua missão é cantar a glória de Deus e obter a salvação de todos; seguem-se os que combatem, encarregados de defender os fracos e impor a paz divina; enfim, figuram os trabalhadores, que, segundo o plano providencial, devem contribuir, pelo seu labor, para o sustento dos especialistas da prece e do combate.
E. Perroy — A sociedade feudal
A respeito do trecho acima, são feitas as seguintes afirmações:
I. As três “ordens” mencionadas são, grosso modo, o clero, a nobreza e os servos.
II. A definição das funções sociais das “ordens” obedece a uma razão religiosa, cujo propósito é assegurar a ordem do mundo.
III. As categorias nitidamente delimitadas conheciam uma intensa mobilidade social em razão do enriquecimento rápido proporcionado aos trabalhadores pela atividade agrícola.
Assinale:
a) se apenas I é correta.
b) se apenas II é correta.
c) se apenas III é correta.
d) se apenas I e II são corretas.
e) se I, II e III são corretas.

(PUC Dez06) Leia o texto a seguir para responder às questões 19, 20 e 21.
“Nos tempos de São Luís, as hordas que surgiam do leste provocam terror e angústia no mundo cristão. O medo do estrangeiro oprime novamente as populações. No entanto, a Europa soubera digerir e integrar os saqueadores normandos. Essas invasões tinham tornado menos claras as fronteiras entre o mundo pagão e a cristandade e estimulado o crescimento econômico. A Europa, então terra juvenil, em plena expansão, estendeu-se aos quatro pontos cardeais, alimentando-se, com voracidade, das culturas exteriores. Uma situação muito diferente da de hoje, em que o Velho Continente se entrincheira contra a miséria do mundo para preservar suas riquezas.”
Georges Duby. Ano 1000 ano 2000. Na pista de nossos medos. São Paulo: Editora da Unesp, 1998, p. 50-51 Luís IX (ou São Luís) governou a França de 1226 a 1270.

19. Podem-se associar as “hordas [bandos de bárbaros ou de desordeiros” que surgiam do leste” aos:
a) hunos que, liderados por Átila a partir de 433, avançaram violentamente até as penínsulas Balcânica e Itálica.
b) grupos de nômades oriundos do Império Romano do Ocidente, no momento de sua desintegração, na segunda metade do século V.
c) mongóis que, vindos da Ásia, atingiram, até 1250, a Hungria e a Polônia, devastando as terras por onde passavam.
d) grupos de africanos trazidos das colônias portuguesas do litoral atlântico para o trabalho escravo nos séculos XVI e XVII.
e) vikings que, após realizarem invasões e saques, se integraram, no século X, à cultura e ao comércio da Europa mediterrânea.

20. A frase “A Europa, então terra juvenil, em plena expansão, estendeu-se aos quatro pontos cardeais, alimentando-se, com voracidade, das culturas exteriores” pode ser entendida como uma referência
a) às atividades missionárias de jesuítas na América, como ocorreu no Brasil.
b) aos esforços de diálogo com grupos do leste e norte europeu, como os ciganos.
c) às novas invenções voltadas à navegação, como a invenção da bússola.
d) aos planos expansionistas de países do ocidente europeu, como Portugal.
e) às ações militares, como as Cruzadas ou a Reconquista da Espanha.

21. Muitas vezes originadas em preconceitos, as razões do temor dos europeus em relação aos estrangeiros, na
Idade Média e na atualidade, relacionam-se respectivamente à
a) pequena população de então e à forte explosão demográfica de hoje, principalmente nos países mais ricos.
b) baixa capacidade de defesa do ocidente europeu medieval e ao atual aumento da imigração originária de antigas colônias.
c) pobreza e carência de qualquer unidade religiosa de antes e ao atual apogeu político, cultural e militar.
d) divisão em variados grupos étnicos e religiosos no passado e à ameaça presente de uma unificação católica.
e) precariedade do conhecimento técnico-científico medieval e à atual liderança mundial nas pesquisas tecnológicas.

22. (Fuvest Jan08) Se, para o historiador, a Idade Média não pode ser reduzida a uma “Idade das Trevas”, para o senso comum, ela continua a ser lembrada dessa maneira, como um período de práticas e instituições “bárbaras”.
Com base na afirmação acima, indique e descreva
a) duas contribuições relevantes da Idade Média.
b) duas práticas ou instituições medievais lembradas negativamente.

23. (UEL Dez07) “Aqui em baixo uns rezam, outros combatem e outros ainda trabalham.”
(DE LAON, Adalberão. Carmen ad Rodbertum Regem. In: DUBY, G. As tres ordens:o imaginário do feudalismo. Lisboa: Editora Estampa, 1982. p. 25.)
Esse preceito, apresentado inicialmente pelo bispo Adalberão, no século XI, em parte reflete as funções/atividades
mais características do período medieval, em parte tem função ideológica, pois esse ordenamento pretendia fortalecer a divisão e a hierarquia.
Ainda sobre a sociedade medieval, é correto afirmar:
a) A divisão acima mencionada reflete uma sociedade na qual a religiosidade se impõe nas várias esferas da vida, em
que o braço armado tende a impor seu poder sobre os desarmados, em que a economia se fundamenta no trabalho agrícola.
b) Definida a sociedade entre religiosos, guerreiros e camponeses a partir do Tratado de Verdum, as atividades não permitidas pela Igreja foram perseguidas pelos tribunais inquisitoriais.
c) Diante da limitação das funções às três ordens e perseguição aos comerciantes promovida pelas monarquias nascentes, a atividade comercial declinou, situação essa que se reverteu no século XVI no contexto do Renascimento Comercial.
d) O poder eclesiástico se impunha a partir do momento do batismo, quando era definido o destino de cada criança, de acordo com as necessidades fundadas na sociedade de ordens.
e) A divisão apresentada, característica do período entre os séculos XI e XIII, revela a estagnação econômica da sociedade, o que explica a crise agrícola e o recuo demográfico.

24. (UEL Dez07) Sobre a religiosidade medieval, é correto afirmar:
a) Com o fim do Império Romano, o Cristianismo, até então perseguido, difundiu-se pela Europa, sendo seus adeptos liberados dos impostos pagos pelos idólatras.
b) A prática da bruxaria, então disseminada nos meios clericais, provocou a reação dos crentes e a Revolução Protestante, levando à renovação da experiência cristã.
c) O ateísmo foi combatido duramente pela inquisição, tendo como conseqüência o desaparecimento dos descrentes
até o século XVIII.
d) A experiência da reclusão foi bastante característica na vida religiosa do período medieval, sobressaindo-se a ordem beneditina, fundada sobre o princípio da vida dedicada à oração e ao trabalho.
e) A ativa participação dos leigos na instituição eclesiástica, assim como uma tendência ao enfraquecimento da hierarquia dessa, podem ser apontadas como características do período.

25. (UEL Dez07) Observe a imagem a seguir:

(Detalhe da Tapeçaria de Bayeux (c. 1066-1077). Disponivel em: www.ricardocosta.com/textos/bayeux1.htm. Acesso em: 24 out. 2007.)
Com base na imagem, considere as afirmativas a seguir:
I. A cultura medieval caracterizou-se pela ausência de uma expressão artística própria, o que redundou na retomada dos elementos da cultura clássica no Renascimento.
II. A exemplo da Tapeçaria de Bayeux, manta encomendada para cobrir o corpo de Carlos Magno, a expressão cultural dos homens do período medieval era fundada na confecção de objetos menores, fáceis de transportar.
III. O bordado conservado é um exemplar de expressão cultural não voltado para a liturgia ou culto cristão, o que não era comum, pois grande parte da arte que se conservou está relacionada à religiosidade.
IV. A tapeçaria apresenta um relato da invasão normanda na Inglaterra e traz características da arte do período como a simplicidade das formas e economia de elementos.

A partir da imagem dada e dos conhecimentos sobre o tema, assinale a alternativa que contém todas as afirmativas
corretas.
a) I e IV.
b) III e IV.
c) II e III.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.

26. (UEL Dez06) "Durante os séculos XI a XIII verificou-se nas atividades agrícolas e artesanais da Europa Centro-Ocidental um conjunto de transformações (...) que repercutiram no crescimento das trocas mercantis. Situa-se aí historicamente o chamado renascimento urbano medieval."
Fonte: RODRIGUES, A. E.; FALCON, F. A formação do mundo moderno. 2a. ed. Rio de Janeiro: Elesevier, 2006, p.9. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que tais mudanças econômicas:
a) Caracterizaram-se pelo desenvolvimento das técnicas de produção e amplo emprego de recursos energéticos, tais como carvão e petróleo.
b) Implicaram no capitalismo mercantil incrementado pelo amplo comércio atlântico, fomentado por negociantes italianos e príncipes alemães.
c) Aumentaram a produção no campo e na cidade e fomentaram a circulação de bens e moedas, viabilizados por novos instrumentos de crédito a governantes e comerciantes.
d) Privatizaram as terras e introduziram um modelo de produção fabril, promovido pelo governo britânico.
e) Reforçaram o predomínio político e comercial dos senhores feudais sobre os governos citadinos.

27. (UFSCAR Dez07) O Quarto Concílio de Latrão, em 1215, decretou medidas contra os senhores seculares caso protegessem heresias em seus territórios, ameaçando-os até com a perda dos domínios. Já antes do Concílio e como conseqüência dele, as autoridades laicas decretaram a pena de morte para evitar a disseminação de heresias em seus territórios, a começar por Aragão em 1197, Lombardia em 1224, França em 1229, Roma em 1230, Sicília em 1231 e Alemanha em 1232.
(Nachman Falbel. Heresias medievais, 1976.)
A respeito das heresias medievais, é correto afirmar que
A) o termo heresia designava uma doutrina contrária aos princípios da fé oficialmente declarada pela Igreja Católica.
B) os heréticos eram filósofos e teólogos que debatiam racionalmente a natureza divina e humana da Trindade no século XIII.
C) a Igreja tinha atitudes tolerantes com os hereges de origem popular, que propunham uma nova visão ética da instituição eclesiástica.
D) os primeiros heréticos apareceram nos séculos XII e XIII e defendiam antigas doutrinas difundidas pelo império otomano.
E) a heresia era conciliável com o poder temporal do Papa, mas provocou a ruptura das relações entre a Igrejae o Estado.

28. (UFSCAR Dez07) Conforme lembrou Marc Bloch, o recurso à “maquinaria” era apenas um meio de os monges se conservarem disponíveis para o mais importante, o essencial, quer dizer, o Opus Dei, a oração, a vida contemplativa. Longe de ser uma instalação corrente, o moinho era uma raridade, uma curiosidade, e a sua construção por monges passava, aos olhos contemporâneos, mais como prova de saber quase sobrenatural, quase traumatúrgico dos monges, do que como exemplo de sua habilidade técnica. (...) Este trabalho monástico tem, sobretudo, aspecto penitencial. É porque o trabalho manual se liga à queda, à maldição divina e à penitência, que os monges, penitentes profissionais, penitentes de vocação, penitentes por excelência, devem dar esse exemplo de mortificação.
(Jacques Le Goff. Para um novo conceito de Idade Média, 1993.)
a) Quem exercia o trabalho manual na Europa na Idade Média? Quais valores predominavam em relação ao trabalho manual?
b) Cite um exemplo de valorização do trabalho manual na Idade Média européia.

29. (UNESP Jul08) A singular história portuguesa, sulcada interiormente com a marcha da supremacia do rei, fixou o leito e a moldura das relações políticas, das relações entre o rei e os súditos. Ao príncipe, afirma-o prematuramente um documento de 1098, incumbe reinar (regnare), ao tempo que os senhores, sem a auréola feudal, apenas exercem o dominare, assenhoreando a terra sem governá-la.
(Raymundo Faoro, Os donos do poder.)
A partir do texto, explique os fatores que marcam a singularidade da história política portuguesa.

30. (UNESP Jul08) Observe a foto da Catedral de Notre Dame de Paris, construída entre 1163 e 1250.
(Adhemar Marques, Pelos caminhos da História: Ensino Médio.)
Sobre o contexto histórico que levou ao surgimento das catedrais, pode-se afirmar:
A) o papel dos monarcas foi decisivo, financiando a sua construção para glorificar o poder real.
B) sua construção está associada ao reflorescimento e à prosperidade do mundo urbano.
C) financiadas com os recursos do clero romano, ampliaram a influência do Papa no Oriente.
D) surgiram como resposta do papado ao Cisma do Oriente, glorificando a Igreja Romana.
E) eram templos destinados à alta nobreza, que assim evitava o contato com o povo da cidade.

31. (UNESP Dez07) O culto de imagens de pessoas divinas, mártires e santos foi motivo de seguidas controvérsias na história do cristianismo.
Nos séculos VIII e IX, o Império bizantino foi sacudido por violento movimento de destruição de imagens, denominado “querela dos iconoclastas”. A questão iconoclasta
A) derivou da oposição do cristianismo primitivo ao culto que as religiões pagãs greco-romanas devotavam às representações plásticas de seus deuses.
B) foi pouco importante para a história do cristianismo na Europa ocidental, considerando a crença dos fiéis nos
poderes das estátuas.
C) produziu um movimento de renovação do cristianismo empreendido pelas ordens mendicantes dominicanas e
franciscanas.
D) deixou as igrejas católicas renascentistas e barrocas desprovidas de decoração e de ostentação de riquezas.
E) inviabilizou a conversão para o cristianismo das multidões supersticiosas e incultas da Idade Média européia.

32. (UNESP Dez06) Em cada letra da página divina [a Bíblia] há tantas verdades sobre as virtudes, tantos tesouros de sabedoria acumulados, que apenas aquele a quem Deus concedeu o dom do saber [dela] pode usufruir plenamente. Poderiam estas “pérolas” ser distribuídas aos “porcos” e a palavra a ignorantes incapazes de recebê-la e, sobretudo, de propagar aquilo que receberam?
(Texto escrito pelo inglês Gautier Map, por volta de 1181.)
Comparando o conteúdo do texto com a história do cristianismo, conclui-se que o autor
A) interditava aos pecadores a leitura da Bíblia, reservando-a à interpretação coletiva nos mosteiros medievais.
B) considerava aptos para interpretarem individualmente a Bíblia todos os fiéis que participassem do culto católico.
C) postulava a exigência de comunicação direta do fiel com Deus, independentemente da leitura dos textos sagrados.
D) referia-se a um dogma da Igreja medieval abolido pela reforma católica promovida pelo Concílio de Trento.
E) opunha-se a um princípio defendido por heresias medievais e que foi retomado pelas reformas protestantes.

33. (UNESP Jul06) As novas migrações e invasões dos séculos IX e X acabaram esfacelando a frágil autoridade dos Reis e contribuindo para acelerar o fortalecimento do poder local (...). Partindo da Península Ibérica e do Norte da África os muçulmanos ocuparam as Ilhas Baleares, a Córsega e a Sicília, de onde incrementaram as incursões de pilhagem às regiões do Sul da Europa; além de provocarem devastações materiais e acentuarem a insegurança geral, contribuíram para paralisar o comércio urbano (...). Os normandos, por sua vez, abateram-se sobre as regiões setentrionais: em velozes embarcações saqueavam as terras litorâneas e, com o tempo, adentravam pelos cursos fluviais, levando à destruição, ao pânico e à morte as regiões do interior, chegando mesmo a ocupar vastas faixas territoriais, como a Normandia. Por terra, vindos da Ásia Central e da Europa Oriental, os magiares ou húngaros, velozes e belicosos cavaleiros, desfecharam expedições de pilhagem por regiões da Europa Ocidental.
(Rubim Santos Leão Aquino et alli, Historia das sociedades. Das comunidades primitivas às sociedades medievais.)
a) Identifique no texto um efeito político e um efeito econômico decorrente das migrações e invasões dos séculos IX e X na Europa Ocidental.
b) A partir do século XI, verificou-se um crescimento populacional na Europa Ocidental. Indique dois fatores que explicam esse fenômeno.

34. (UNESP Jul06) Sabei que concedi aos tecelões de Londres para terem a sua guilda em Londres, com todas as liberdades e costumes que tinham no tempo do rei Henrique, meu avô. E assim, que ninguém dentro da cidade se intrometa neste ofício salvo por permissão dos [tecelões], a não ser que pertença à guilda, (...) Por isso ordeno firmemente que possam praticar legalmente o seu ofício em toda a parte e que possam ter todas as coisas acima mencionadas, tão bem, pacífica, livre, honrada e inteiramente como sempre as tiveram no tempo do rei Henrique, meu avô. Assim, paguem-me sempre em cada ano 2 marcos de ouro pela festa de S. Miguel.
(Monumenta Gildhallas Londoniensis, Líber Custamarum. Apud Marco Antônio Oliveira Pais, O despertar da Europa.)
O documento, de meados do século XII, faz referência
A) às corporações de ofício.
B) às relações de vassalagem.
C) ao Tribunal da Santa Inquisição.
D) ao direito senhorial da mão morta.
E) ao dízimo eclesiástico.

35. (UNIFESP Dez07) Houve, nos últimos séculos da Idade Média ocidental, um grande florescimento no campo da literatura e da arquitetura. Contudo, se no âmbito da primeira predominou a diversidade (literária), no da segunda predominou a unidade (arquitetônica). O estilo que marcou essa unidade arquitetônica corresponde ao
a) renascentista.
b) românico.
c) clássico.
d) barroco.
e) gótico.

36. (UNIFESP Dez07) Sabe-se que o feudalismo resultou da combinação de instituições romanas com instituições bárbaras ou germânicas.
Indique e descreva no feudalismo uma instituição de origem
a) romana.
b) germânica.

37. (UNIFESP Dez06) Ao longo da Baixa Idade Média, a Igreja (com o papa à frente) e o Estado (com o imperador ou rei à frente) mantiveram relações conflituosas como, por exemplo, durante a chamada Querela das Investiduras, nos séculos XI e XII, e a transferência do papado para Avignon, no sul da França, no século XIV. Sobre essa disputa, indique
a) os motivos.
b) os resultantes e sua importância ou significação histórica.

38. (UNIFESP Dez06) O mosteiro deve ser construído de tal forma que tudo o necessário (a água, o moinho, o jardim e os vários ofícios) exerce-se no interior do mosteiro, de modo que os monges não sejam obrigados a correr para todos os lados de fora, pois isso não é nada bom para suas almas. (Da Regra elaborada por São Bento, fundador da ordem dos beneditinos, em meados do século VI.) O texto revela
A) o desprezo pelo trabalho, pois o mosteiro contava com os camponeses para sobreviver e satisfazer as suas necessidades materiais.
B) a indiferença com o trabalho, pois a preocupação da ordem era com a salvação espiritual e não com os bens terrenos.
C) a valorização do trabalho, até então historicamente inédita, visto que os próprios monges deviam prover a sua subsistência.
D) a presença, entre os monges, de valores bárbaros germânicos, baseados na ociosidade dos dominantes e no trabalho dos dominados.
E) o fracasso da tentativa dos monges de estabelecer comunidades religiosas que, visando a salvação, abandonavam o mundo.

39. (Unicamp Jan07) Podemos ver nas heresias dos séculos XII e XIII uma tentativa de apontar os erros e os desvios da Igreja, como sua intervenção no poder secular à custa de sua missão espiritual. A natureza da sociedade feudal cristã conduzia à visão da heresia como quebra da ordem divina e social. A heresia era uma falta grave, equivalente, no plano religioso, à quebra de um juramento entre um vassalo e seu senhor, de tal modo que infidelidade religiosa e social se confundem. (Adaptado de Nachman Falbel, Heresias medievais. São Paulo: Perspectiva, 1977, p. 13-15.)
a) Identifique no texto duas características das heresias dos séculos XII e XIII.
b) Como a Igreja reprimia as heresias na Idade Média?
c) Como as reformas religiosas do século XVI contestaram a autoridade da Igreja?

40. (Unicamp Nov07) Em 1348 a peste negra invadiu a França e, dali para a frente, nada mais seria como antes. Uma terrível mortalidade atingiu o reino. A escassez de mão-de-obra desorganizou as relações sociais e de trabalho. Os trabalhadores que restaram aumentaram suas exigências. Um rogo foi dirigido a Deus, e também aos homens incumbidos de preservar Sua ordem na Terra. Mas foi preciso entender que nem a Igreja nem o rei podiam fazer coisa alguma. Não era isso uma prova de que nada valiam? De que o pecado dos governantes recaía sobre a população? Quando o historiador começa a encontrar tantas maldições contra os príncipes, novas formas de devoção e tantos feiticeiros sendo perseguidos, é porque de repente começou a se estender o império da dúvida e do desvio.
(Adaptado de Georges Duby, A Idade Média na França (987-1460): de Hugo Capeto a Joana d’Arc. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1992, p. 256-258.)
a) A partir do texto, identifique de que maneira a peste negra repercutiu na sociedade da Europa medieval, em seus aspectos econômico e religioso.
b) Indique características da organização social da Europa medieval que refletiam a ordem de Deus na Terra.

41. (Ibmec 07) “Ao revelar para uma Europa atônita o esplendor e os mistérios da China, Polo encerra a geografia do lendário e incorpora o real ao maravilhoso.”
(YERASIMOS, Stéphane. Prefácio In: POLO, Marco. O livro das maravilhas: a descrição do mundo. Porto Alegre: L&PM, 1985, p. 11)

O comerciante veneziano Marco Polo partiu para uma viagem à China em 1275, retornando definitivamente
em 1295. As descrições de Marco Polo povoaram a imaginação dos europeus nos séculos seguintes. Sobre o
contexto histórico da Europa no período das viagens de Marco Polo, podemos afirmar que:

a) A Europa Medieval vivia o período do Renascimento Comercial e a cidade de Veneza destacava-se dominando
rotas de comércio com o Oriente.
b) As primeiras cruzadas aumentaram o contato da Europa com o Oriente, estabelecendo rotas comerciais que
passaram a ser exploradas pelos comerciantes venezianos.
c) A Europa estava em guerra com os Mongóis que, sob a liderança de Kublai Cã, tinham invadido o leste da
Europa, chegando às imediações de Viena.
d) A Europa vivia um período de grande crise comercial com a diminuição da produção, o fechamento de importantes rotas comerciais e o advento da Peste Negra.
e) A cidade de Veneza tinha perdido a supremacia comercial para Florença, que dominava a rota da seda, forçando os venezianos a procurarem novas rotas de comércio com o Oriente.

(Ibmec 07) Utilize o texto abaixo para responder aos testes 42 e 43.
42. A mulher deve ser governada. Essa certeza encontra seu apoio nos textos da Sagrada Escritura e propõe a imagem
exemplar da relação homem-mulher. Essa relação deve ser hierárquica, tomando o seu lugar na ordem hierárquica
universal: o homem deve sujeitar as mulheres que lhe são confiadas, mas amá-las também, e as mulheres devem ao homem que tem poder sobre elas a reverência. Essa troca de dilectio e de reverentia institui ordem no interior do grupo doméstico e, de início, no que forma o núcleo desse grupo, o casal. Mas, da relação entre o esposo e a esposa, os moralistas da igreja julgam naturalmente que esse outro sentimento, diferente da dilectio, que eles chamam em latim de amor, deve ser excluído, porque o amor sensual, o desejo, o impulso do corpo, é a perturbação, a desordem; normalmente, ele deve ser rejeitado do quadro matrimonial, localizado no espaço do jogo, da gratuidade, o lugar que lhe é concedido por este divertimento da sociedade que chamamos de amor cortês. O casamento é coisa séria; ele exige austeridade; a paixão não deve misturar-se aos assuntos conjugais.
(DUBY, Georges. Idade Média, idade dos homens: do amor e outros ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p. 93.)
No trecho acima, o historiador Georges Duby traça o perfil da relação homem-mulher na Idade Média. Nesse
perfil, podemos perceber
a) a defesa da igualdade entre homens e mulheres, já sentida nesse período, cerca de mil anos antes do movimento
feminista do século XX.
b) a existência da mulher como cortesã, realizando o papel da esposa fiel que presta reverência a seu marido e mantém a ordem do grupo doméstico.
c) a defesa do amor sensual para a manutenção do núcleo familiar, dando a seriedade necessária aos assuntos conjugais.
d) o casamento como uma instituição necessária para estabelecer uma ordem universal, na qual os homens se sujeitam às mulheres.
e) a importante presença da Igreja como definidora do papel de submissão que a mulher deveria exercer dentro do âmbito familiar na sociedade medieval.

43. No que tange o mundo ocidental, longo foi o percurso da luta pelos direitos da mulher, da idade média aos nossos
dias. Sobre esse percurso, é correto afirmar:
I. Pouca coisa mudou na relação hierárquica entre homem e mulher no interior dos núcleos familiares, marcada
pela sujeição das mulheres e por sua reverência aos homens, relação essa defendida nos países católicos em
virtude de uma concepção ainda patriarcal da família.
II. A presença das sufragistas só aconteceu em meados do século XX, quando francesas e inglesas saíram às ruas,
lutando pelo direito ao voto, uma das bandeiras pela igualdade dos sexos.
III. A reivindicação pelos direitos sobre o corpo e a sua conquista caracterizam o feminismo contemporâneo, no
qual a pauta do dia é a luta pela liberdade de contracepção e o direito à interrupção voluntária da gravidez.
IV. No início dessa luta, a simples presença das mulheres na rua, agindo em causa própria, era vista como um ato
subversivo e sentida como uma violência dentro da ordem estabelecida.
a) apenas III está correta.
b) apenas III e IV estão corretas.
c) apenas I, II e III estão corretas.
d) apenas I, II, IV estão corretas.
e) apenas II, III e IV estão corretas.

Gabarito
1 – D
2 – C
3 – A
4 – D
5 – B
6 – E
7 – E
8 – A
9 – E
10 - a) A servidão, durante a Idade Média, consistiu na mais importante modalidade de trabalho na Europa Ocidental. Os servos (camponeses) tinham vínculos com a terra e, pelo direito de usá-la para seu sustento e em troca de proteção, eram explorados e submetidos a diversas obrigações pelos nobres detentores das terras.
b) No século XIV, o sistema feudal europeu foi se desestruturando em meio a uma grave crise, vinculada à disseminação de epidemias (peste), à Guerra dos Cem Anos (1337-1453) e à eclosão de inúmeras revoltas camponesas (Jacqueries). O surgimento de contratos de arrendamento da terra, assalariamento e novas formas de exploração do trabalho são sintomas da desagregação da servidão e da expansão de diversas relações econômicas fundadas no capitalismo comercial. Resolução Anglo
11 - a) Dentre os aspectos comuns às cidades antiga e medieval, podemos destacar os vínculos entre a área urbana e seu entorno rural, a tendência à autonomia política verificada nas pólis gregas e nas comunas medievais, além do fato de as cidades, de uma forma geral, também serem centros de trocas comerciais (salvo algumas exceções como Esparta). Por fim, podemos lembrar que em ambas a área urbana era o centro de convívio social, que levava ao aumento da produção cultural nas suas várias formas, inclusive religiosa.
b) Dentre os aspectos específicos de cada uma delas, podemos destacar o caráter urbanístico: a cidade antiga normalmente era mais dispersa, e a cidade medieval, mais aglomerada, muitas vezes tendo seu espaço limitado por muralhas. Além disso, pode-se falar em estruturas sociais diferenciadas: na cidade antiga, de forma geral, o predomínio de uma aristocracia fundada na posse da terra, e na medieval, em setores vinculados ao comércio. Por fim, no mundo medieval, a cidade era o berço de novos valores, de um novo sentido de liberdade, pois era muitas vezes vista como contraponto do campo, onde vigorava a exploração servil.
12 – E
13 – D
14 – E
15 – B
16 – C
17 – B
18 – D
19 – C
20 – E
21 – B
22 - a) A Idade Média legou importantes contribuições para a posterioridade: inovações como um novo modo de utilizar o moinho de vento e a invenção de um novo tipo de arado; o desenvolvimento expressivo da arquitetura; e o desenvolvimento no campo das idéias, a preservação e difusão da filosofia clássica e o modelo de universidade, vigente até hoje.
b) A idéia de “Idade das Trevas” foi concebida no Renascimento, reforçada pelo Iluminismo. Para o senso comum, uma prática do período, a alquimia — embrião da química —, relacionava-se normalmente à bruxaria. As práticas inquisitoriais da Igreja levaram à perseguição de pessoas e grupos que questionassem a instituição. A própria Igreja era vista equivocadamente como monopolizadora do saber, mas controlava principalmente o saber erudito. Outra instituição feudal era a servidão, lembrada negativamente como a submissão dos camponeses à exploração da nobreza.

23 – E

24 – D

25 – C

26 – C

27 – A

28 - a) O trabalho manual na Idade Média era exercido, predominantemente, pela Terceira Ordem, ou seja, os camponeses. Esse tipo de trabalho era relegado à camada baixa, pois era entendido como castigo punitivo, relacionado à expulsão do Paraíso após o pecado original e à maldição divina: “vais comer o fruto do vosso suor”.
b) É possível citar o trabalho artesanal que, no final da Idade Média, foi caracterizado pelo refinamento dos Mestres, organizados nas Corporações de Ofício. Outro exemplo seria o trabalho assalariado dos artesãos, responsáveis pela construção das catedrais e organizados nas ordens maçônicas.

29 - Qual foi a singularidade da história portuguesa na Idade Média? Foi a precoce centralização monárquica naquele
país.
O principal fator responsável por essa centralização foi o longo período de contínuas guerras mantidas pelos portugueses contra os mouros e os castelhanos. Comandando o exército praticamente do primeiro ao último dia de seus reinados, os soberanos da dinastia de Borgonha adquiriram um incontestável poder militar, que lhes permitiu, num espaço de tempo relativamente curto, concentrar também em suas mãos os poderes político, administrativo e judiciário. É por isso que, como diz o texto, os nobres “apenas exercem o dominare, assenhoreando a terra sem governá-la”.

30 – B

31 – A

32 – E

33 - a) O texto faz referência ao processo de formação e consolidação do Feudalismo. Na esfera política, destaca o enfraquecimento da autoridade dos reis e o fortalecimento do poder local. No plano econômico, enfatiza a diminuição das atividades comerciais decorrentes das mais variadas incursões militares.
b) Na Baixa Idade Média a diminuição das guerras e a melhoria das técnicas agrícolas colaboraram para o crescimento demográfico.

34 – A

35 – E

36 - a) A servidão medieval, marcada pelo vínculo dos camponeses à terra, teve origem na instituição do colonato durante o Baixo Império Romano.
b) A instituição da vassalagem entre os nobres feudais tem sua origem associada à tradição germânica de alianças militares, definida como comitatus.


37 - a) Tal disputa pela hegemonia política na Europa feudo-medieval foi motivada pelo conflito entre o poder
temporal do Estado, simbolizado pelo rei, e o espiritual, simbolizado pelo Papa.
b) A principal conseqüência dessas relações conflituosas foi o declínio do poder feudo-papal frente à emergência
do estado real. Dessa forma, sua importância histórica é a decadência do mundo medieval.

38 – C

39 - a) A partir do texto podemos identificar as heresias como uma “(...) tentativa de apontar os erros e os desvios da Igreja”. Pela visão da sociedade feudal cristã da época esses movimentos eram vistos “(...) como quebra da ordem divina e social” — assim sendo, como uma desestruturação da própria hierarquia da Igreja de Roma.
b) A Igreja atuava contra as heresias medievais através de forte repressão, inclusive de formas violentas, como as cruzadas ou a Inquisição. Além disso, por meio da propaganda religiosa, nos cultos, exercia a sua hegemonia ideológica.
c) As reformas religiosas do século XVI contestaram a autoridade da Igreja de várias formas, como, por exemplo, a disseminação da livre leitura e interpretação da Bíblia, a quebra da hierarquia e da hegemonia política e religiosa exercida pela Igreja e também a negação da infalibilidade papal.

40 - a) A peste negra ocorreu no quadro mais amplo da crise do século XIV e foi uma das expressões do esgotamento do sistema feudal. A grande mortalidade gerou escassez de mão-de-obra, resultando na própria crise da servidão, expressa através de revoltas como as jacqueries. O encolhimento do mercado e a paralisação das rotas terrestres (intensificada pela Guerra dos Cem Anos, entre França e Inglaterra) estimularam as navegações e a busca de novas rotas. No aspecto religioso, as interpretações da peste estão conectadas ao cristianismo medieval. A idéia de um castigo divino permite leituras que colocam em questão a validade dos poderes temporal e espiritual. A peste
também serviria de argumento para ampliar as perseguições aos grupos considerados heréticos.
b) A concepção de sociedade, na Europa medieval, baseava-se nas idéias teocêntricas, dadas pela Igreja. Dessa maneira, a sociedade, estratificada, compunha-se de três ordens, formando um único corpo: o clero, os que rezam; a nobreza, os que combatem; e os camponeses, os que trabalham. No entanto, o texto refere-se a um período final da Idade Média, em que a ordem tradicional defendida pela Igreja sofria inúmeros questionamentos.

41 – A
42 – E
43 – B

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Como estudar História?

COMO ESTUDAR HISTÓRIA?
Por História Publicado 3/03/2008 Dicas para o Vestibular Nota:
HISTÓRIA

História para o vestibular
Veja todos os artigos por História
Por: Jucenir Rocha
Há quem diga que não. Preferências à parte, é possível passar pelos vestibulares conhecendo mal a programação de História? Aí a questão se complica.

No mês passado, o Supervisor de História, José Carlos P. Moura, pediu-me para bater um papo com alunos que estavam com dificuldades na matéria. Essa atividade acabou se estendendo, envolvendo a participação de outros professores.

Ora, o nível de sofisticação dos vestibulares tem exigido dos professores e alunos um esforço tal, que tem deixado preocupados até mesmo alunos que aspiram a carreiras da área de Humanidades. Resolvi registrar algumas reflexões resultantes das reuniões com os alunos. Acho que isso pode ajudá-los a enfrentar os fantasmas da História.

Problemas comuns
Quem encontra barreiras no estudo de História – e se preocupa em superá-las – deve, antes de tudo, localizar os problemas que apresentam. A partir daí, há que procurar identificar as origens deles. Dessa forma, fica fácil adotar os procedimentos pedagógicos adequados para suplantar bloqueios. Os problemas mais comuns são os seguintes:

• o mistério : “Professor, eu não consigo entender História.” Eis uma queixa que eu já me acostumei a ouvir. A História parece um enigma intransponível: não tem regras nem fórmulas; os métodos, então, são simplesmente invisíveis. É difícil gostar de uma coisa e não se entender.

• a rejeição : “Eu não gosto de História.” Para muita gente, só a idéia de enfrentar um livro de História já sugere um grande sacrifício. As leituras parecem intermináveis e as tarefas parecem difíceis mesmo antes de conhecidas.

• o tempo : “Demora muito para estudar.” Outras disciplinas parecem tão práticas. História requer tempo demais, cansa e atrapalha a programação dos horários de estudo. Acaba ficando por último e, freqüentemente, não dá para cumprir as tarefas. É angustiante!

• a fixação : “Eu até entendo, mas logo depois esqueço tudo.” É a terrível dificuldade para memorizar as informações. Fica complicado trabalhar com assuntos que dependem de dados anteriores. Aí surge um círculo vicioso: não se consegue fixar conhecimento porque é difícil entender; e é difícil entender porque a matéria passada não foi fixada.

• a redação : “Eu estudo e entendo, mas na hora de responder às questões, eu não consigo.” Resultado: respostas confusas ou incompletas. Como recurso freqüente, as pessoas tendem a produzir esquemas pouco claros e inúteis.

Origem dos Problemas
Assim como os problemas apontados se sobrepõem, suas origens costumam estar com freqüência associadas. Podemos assinalar basicamente quatro aspectos: bagagem escolar deficiente, vocabulário limitado, vícios de análise e preconceitos.

É raro encontrar quem gostava de História e, de repente, deixou de gostar. Normalmente, a rejeição vem de longe, e neste caso, infelizmente, a escola tem suas responsabilidades. Não é raro ouvir dos alunos que os seus professores desta matéria eram muito chatos. As aulas eram maçantes e os cursos, repetitivos.

Ocorre, então, de se chegar às portas dos vestibulares conhecendo mal algo tido como chato e inútil. A formação escolar deficiente passa quase sempre pelo domínio da língua. Lendo e escrevendo mal, inevitavelmente surgem dificuldades em todas as disciplinas que exigem muitas leituras.

O vocabulário fica limitado, e superar esta falha torna-se trabalhoso. Quem tem esse tipo de dificuldade, corre o risco de se dar mal também em matérias como Literatura, Geografia e Biologia. Os vícios de análise estendem-se desde a visão de que a História não passa de uma coletânea de datas, heróis, batalhas etc., até a imagem de que, para os historiadores, só o passado importa.

O exercício da pesquisa fica, então,

só para os que têm curiosidade acadêmica. Daí para a consolidação de preconceitos é meio passo. Quanta gente ainda comunga com a idéia de que a História é “pura decoreba”? Tentar enfrentar um vestibular confiando no questionário decorado é caminho certo para o fracasso.

Soluções possíveis
Consciente desses aspectos, pode-se adotar alguns procedimentos que devem se tornar básicos e sistemáticos. Ressalte-se que, para qualquer indivíduo, não é fácil estudar História. As análises são socioeconômicas, políticas e ideológicas.

Há que as inter-relacionar. E isto, normalmente, é um tanto complexo. É preciso ler muito e escrever um pouco, não adianta procurar métodos milagrosos. É imprescindível pensar. É este desafio que pode tornar o estudo interessante. Os porquês têm que ser garimpados e decifrados.

Outra recomendação: jamais se deve ler um texto de História como se lê, por exemplo, um romance, por diletantismo ou puro prazer. Ao se lerem obras literárias, busca-se dominar o estilo do autor e compará-lo a de outro da mesma escola artística. A leitura de um texto histórico exige concentração nas análises apresentadas.

Se aparecerem dificuldades em fixar as informações, cabe refletir: elas ocorrem só em História? Como são retidos os dados das outras disciplinas? Para o estudo consciente de nossa matéria, é fundamental saber selecionar o essencial e estabelecer uma relação entre os dados. No caso da História, a meada é o tempo.Nas aulas, são expostas orientações de estudos sobre cada um dos itens da programação.

Como estudar depois? Procedendo à leitura de apoio e enfrentando os exercícios de fixação. Mas é preciso ler criticamente, como apontamos nos parágrafos anteriores. É válido fazer resumos? Sim, mas não é preciso fazer aula por aula. É melhor esquematizar seus fichamentos.

Se um determinado assunto ou período é ponto fraco no seu conhecimento, faça de conta que ele foi proposto para tema da prova de redação. Após ter tido as aulas; ter feito as leituras e preparado os fichamentos, você não é capaz de redigir vinte linhas sobre a questão? Nunca faça cópias de livros: é antipedagógico. Se está difícil fichar os dados, analise os seguintes pontos:

o fato : o que aconteceu?

• a situação : onde e quando ocorreu o fato? Ele é de caráter econômico ou político?
• os personagens : quem fez? quem se opôs? Atenção: o que interessa são os personagens coletivos: classes sociais, partidos políticos, Igrejas, militares, etc.
• as causas : por que aconteceu tal fato?
• as conseqüências : o que houve depois, direta ou indiretamente relacionado ao fato?
• a crítica : o que eu penso disso? Não poderia ter sido de outra forma? Procure pensar no que não aconteceu, para entender melhor o que aconteceu. Embora em História não exista se, levantar hipóteses por vezes ajuda a compreender pontos obscuros. Desconfie! Será que o fato histórico está bem contado?

Finalmente, ao concluir seu estudo sobre uma determinada época, um ótimo expediente é montar uma linha do tempo. Todo o Período Colonial ou a Idade Média, por exemplo, poder ser sintetizados numa linha cronológica.

Com isso, no mínimo, as revisões ficam mais fáceis. Quanto aos exercícios, lembre-se de que os testes servem bem para identificar possíveis confusões, enquanto que as questões dissertativas são fundamentais para treinar sua redação e desenvolver sua capacidade de síntese. Mas cuidado com a sobrecarga!

O desenvolvimento do tirocínio histórico pode ajudar a compreender melhor o tempo em que se vive. Quando a gente quebra as resistências, a História começa a aguçar a nossa curiosidade.

Não é preciso trabalhar com História para se gostar dela. Aliás, descobrindo suas possibilidades e seus desafios, estudar História pode ser até divertido. E o aspecto lúdico do trabalho de pesquisa é muito importante, pois desperta a criatividade. A palavra-chave é raciocinar. Quem raciocina, retém. E quem retém, gosta História. Entendeu?

Exercícios de Idade Média - 28 questões

1. (Enem/1999) Considere os textos abaixo.

"(...) de modo particular, quero encorajar os crentes empenhados no campo da filosofia para que iluminem os diversos âmbitos da atividade humana, graças ao exercício de uma razão que se torna mais segura e perspicaz com o apoio que recebe da fé."
(Papa João Paulo II. Carta Encíclica Fides et Ratio aos bispos da Igreja católica sobre as relações entre fé e razão, 1998)

"As verdades da razão natural não contradizem as verdades da fé cristã."
(Santo Tomás de Aquino – pensador medieval)

Refletindo sobre os textos, pode-se concluir que:
a) a encíclica papal está em contradição com o pensamento de Santo Tomás de Aquino, refletindo a diferença de épocas.
b) a encíclica papal procura complementar Santo Tomás de Aquino, pois este colocava a razão natural acima da fé.
c) a Igreja medieval valorizava a razão mais do que a encíclica de João Paulo II.
d) o pensamento teológico teve sua importância na Idade Média, mas, em nossos dias, não tem relação com o pensamento filosófico.
e) tanto a encíclica papal como a frase de Santo Tomás de Aquino procuram conciliar os pensamentos sobre fé e razão.

2. (Fuvest-SP) Ao longo da Idade Média, a Europa Ocidental conviveu com duas civilizações, às quais muito deve nos mais variados campos. Essas duas civilizações, bastante diferentes da Ocidental, contribuíram significativamente para o desenvolvimento experimentado pelo Ocidente, a partir do século XI, e para o advento da Modernidade no século XV.
a) Quais foram essas civilizações?
b) Indique suas principais características.

3. (Fatec-SP) Uma das características a ser reconhecida no feudalismo europeu é:
a) A sociedade feudal era semelhante ao sistema de castas.
b) Os ideais de honra e fidelidade vieram das instituições dos hunos.
c) Vilões e servos estavam presos a várias obrigações, entre elas o pagamento anual de capitação, talha e banalidades.
d) A economia do feudo era dinâmica, estando voltada para o comércio dos feudos vizinhos.
e) As relações de produção eram escravocratas.

4. (Fuvest-SP) Qual a diferença entre as obrigações de um vassalo e as de um servo na sociedade feudal?

5. (UFPA) Nas relações de suserania e vassalagem dominantes durante o feudalismo europeu, é possível observar que:

a) a servidão representou, sobretudo na França e na península Ibérica, um verdadeiro renascimento da escravidão conforme existia na Roma imperial.
b) os suseranos leigos, formados pela grande nobreza fundiária, distinguiam juridicamente os servos que trabalhavam nos campos dos que produziam nas cidades.
c) mesmo dispondo de grandes propriedades territoriais, os suseranos eclesiásticos não mantinham a servidão nos seus domínios, mas sim o trabalho livre.
d) o sistema de impostos incidia de forma pesada sobre os servos. O imposto da mão morta, por exemplo, era pago pelos herdeiros de um servo que morria para que continuassem nas terras pertencentes ao suserano.
e) as principais instituições sociais que sustentavam as relações entre senhores e servos eram de origem muçulmana, oriundos da longa presença árabe na Europa Ocidental.

6. (UFJF-MG) O islamismo, religião fundada por Maomé e de grande importância na Unidade árabe, tem como fundamento:
a) o monoteísmo, influência do cristianismo e do judaísmo, observado por Maomé entre povos que seguiam essas religiões.
b) o culto dos santos e profetas através de imagens e ídolos.
c) o politeísmo, isto é, a crença em muitos deuses, dos quais o principal é Alá.
d) o princípio da aceitação dos desígnios de Alá em vida e a negação de uma vida pós-morte.
e) a concepção do islamismo vinculado exclusivamente aos árabes, não podendo ser professado pelos povos inferiores.

7. (Fuvest-SP) A estrutura básica da sociedade feudal exprimia uma distribuição de privilégios e obrigações. Caracterize as três "ordens", isto é, camadas sociais que compunham essa sociedade.

8. (Vunesp) O islamismo, ideologia difundida a partir da Alta Idade Média, em que o poder político confunde-se com o poder religioso, era dotado de certa heterogeneidade, o que pode ser constatado na existência de seitas rivais como:
a) politeístas e monoteístas
b) sunitas e xiitas
c) cristãos e muezins
d) sunitas e cristãos
e) xiitas e politeístas

9. (Fuvest) As feiras na Idade Média constituíram-se:
a) instrumentos de comércio local das cidades para o abastecimento cotidiano dos seus habitantes.
b) áreas exclusivas de câmbio das diversas moedas européias.
c) locais de comércio de amplitude continental que dinamizaram a economia da época.
d) locais fixos de comercialização da produção dos feudos.
e) instituições carolíngias para renascimento do comércio abalado com as invasões no Mediterrâneo.

10.(EEM-SP) O surgimento das universidades medievais ocorre simultaneamente com o expansionismo europeu por meio das cruzadas, com o surgimento das cidades e com a expansão comercial. Como se explica essa correlação cronológica?

11. (Fuvest) Do Grande Cisma sofrido pelo cristianismo no século XI, resultou:
a) o estabelecimento dos tribunais da Inquisição pela Igreja católica.
b) a Reforma protestante, que levou à quebra da unidade da Igreja católica na Europa Ocidental.
c) a heresia dos albigenses, condenada pelo papa Inocêncio II.
d) a divisão da Igreja em católica romana e ortodoxa grega.
e) a Querela das Investiduras, que proibia a investidura de clérigos por leigos.

12. (Osec-SP) “(...) Durante o século XII, toda a extensão da Flandres converteu-se em país de tecelões e batedores. O trabalho de lã, que até então se havia praticado somente nos campos, concentra-se nas aglomerações mercantis que se fundam por toda a parte e anima um comércio, cujo progresso é incessante. Formam-se, assim, a incipiente Bruges, Ipres, Lile, Duai e Arras." (Henri Pirenne)
Podemos relacionar o conteúdo desse texto:
a) às mudanças econômicas que exigiram adaptações e mudanças no regime feudal.
b) às ligas de mercadores que impulsionaram o desenvolvimento mercantil no mar do Norte, a exemplo da Liga Hanseática.
c) ao renascimento comercial que atingiu o interior da Europa, a partir do século XI.
d) às feiras de comércio local e internacional que se desenvolveram no interior da Europa.
e) às invasões bárbaras que aceleraram a formação de vilas durante o Baixo Império Romano.

13. (Cescem-SP) As corporações de ofício eram organizadas com o objetivo de:
a) defender os interesses dos artesãos diante dos patrões.
b) proporcionar formação profissional aos jovens fidalgos.
c) aplicar os princípios religiosos às atividades cotidianas.
d) combater os senhores feudais.
e) proteger os ofícios contra a concorrência e controlar a produção.

14. (UFPA) O movimento das cruzadas foi essencial para o quadro das transformações por que a Europa passaria nos processos finais da Idade Média. Definida essa questão, é possível assegurar-se em relação ao movimento cruzadista que:
a) os efeitos imediatos das cruzadas sobre a vida européia foram de natureza política, já que contribuíram para abalar sensivelmente o poder absoluto dos monarcas europeus.
b) em termos jurídicos, as cruzadas contribuíram para modificar o sistema da propriedade no feudalismo, já que difundiram o começo da propriedade dominante no Extremo Oriente.
c) os seus resultados abalaram seriamente o prestígio do papado, provocando, inclusive, a separação entre a Igreja de Roma e a de Constantinopla, fato de implicações negativas para a autoridade clerical.
d) os efeitos sociais das cruzadas fizeram-se sentir principalmente sobre as relações de trabalho, já que os cruzados, ao retornarem do Oriente, defendiam a substituição da servidão pelo trabalho livre.
e) as exigências das expedições contribuíram decididamente para o recuo da dominação árabe no Mediterrâneo, abrindo os espaços para que as suas águas viessem a sustentar, mais tarde, parte das grandes rotas do comércio europeu.

15. (Unicamp-SP) No século XIII, um teólogo assim condenava a prática da usura:
"O usurário que adquirir um lucro sem nenhum trabalho e até dormindo, o que vai contra a palavra de Deus que diz: 'Comerás teu pão com o suor do teu rosto'. Assim o usurário não vende a seu devedor nada que lhe pertença, mas apenas o tempo, que pertence a Deus. Disso não deve tirar nenhum proveito."
(Adaptado de J. Le Goff, A bolsa e a vida. São Paulo: Brasiliense, 1989.)

a) O que é usura?
b) Por que a Igreja medieval condenava a usura? c) Relacione a prática da usura com o desenvolvi-
mento do capitalismo no final da Idade Média.

16. (Vunesp) A partir do século XII, em algumas regiões européias, nas cidades em crescimento, comerciantes, artesãos e bispos aliaram-se para a construção de catedrais com grandes pórticos, vitrais e rosáceas, produzindo uma "poética da luz", abóbadas e torres elevadas que dominavam os demais edifícios urbanos. O estilo da arte da época é denominado
a) renascentista
b) bizantino
c) românico
d) gótico
e) barroco

17. (Vunesp) Sobre as associações de importantes grupos sociais da Idade Média, um historiador escreveu:
"Eram cartéis que tinham por objetivo a eliminação da concorrência no interior da cidade e a manutenção do monopólio de uma minoria de mestres no mercado urbano". (Jacques Le Goff, A civilização do Ocidente medieval.)
O texto caracteriza de maneira típica
a) as universidades medievais
b) a atuação das ordens mendicantes
c) as corporações de ofício
d) o domínio dos senhores feudais
e) as seitas heréticas

18. (Fuvest) Uma característica da Idade Média foi o surgimento de heresias.
a) Que são heresias?
b) Quais as principais reações da Igreja católica
diante delas naquele período?

19. (PUC-SP) Não pode ser considerado como fator gerador do renascimento comercial que ocorre na Europa, a partir do século XI:
a) a crise do modo de produção feudal provocada pela superexploração da mão-de-obra, através das relações servis de produção.
b) a disponibilidade de mão-de-obra provocada, entre outros fatores, pelo crescimento demográfico a partir do século X.
c) a predominância cultural e ideológica da Igreja, com a valorização da vida extraterrena, a condenação à usura e sua posição em relação ao "justo preço" das mercadorias.
d) a aquisição das "cartas de franquias", que fortalecia e libertava a nascente burguesia das obrigações tributárias dos senhores feudais.
e) o movimento cruzadista, que, retratando a estrutura mental e religiosa do homem medieval, se estendeu entre os séculos XI e XIII.

20. (Fuvest) A partir do século XI, na Europa Ocidental os poderes monárquicos foram lentamente se reconstituindo, e em torno deles surgiram os diversos Estados nacionais. Explique as razões desse processo de centralização política.

21. (PUC-SP) "(...) a própria vocação do nobre lhe proibia qualquer atividade econômica direta. Ele pertencia de corpo e alma à sua função própria: a do guerreiro. (...) Um corpo ágil e musculoso não é o bastante para fazer o cavaleiro ideal. É preciso ainda acrescentar a coragem. E é também porque proporciona a esta virtude a ocasião de se manifestar que a guerra põe tanta alegria no coração dos homens, para os quais a audácia e o desprezo da morte são, de algum modo, valores profissionais."
(Bloch, Marc. A sociedade feudal. Lisboa: Edições 70, 1987.)
O autor nos fala da condição social dos nobres medievais e dos valores ligados às suas ações guerreiras, É possível dizer que a atuação guerreira desses cavaleiros representa, respectivamente, para a sociedade e para eles próprios:
a) a garantia de segurança, num contexto em que as classes e os Estados nacionais se encontram em conflito, e a perspectiva de conquistas de terras e riquezas.
b) o cumprimento das obrigações senhoriais ligadas à produção, e à proibição da transmissão hereditária das conquistas realizadas.
c) a permissão real para realização de atividades comerciais, e a eliminação do tédio de um cotidiano de cultura rudimentar e alheio a assuntos administrativos.
d) o respeito às relações de vassalagem travadas entre senhores e servos, e a diversão sob a forma de torneios e jogos em épocas de paz.
e) a participação nas guerras santas e na defesa do catolicismo, e a possibilidade de pilhagem de homens e coisas, de massacres e mutilações de inimigos.

22. (PUC-SP) Dentre os itens abaixo, dois representam características integrantes do ideário cristão que, à época do reconhecimento do cristianismo como religião oficial de Roma (séc. IV), funcionaram como elementos facilitadores da aliança que uniu os interesses da Igreja cristã aos do Estado romano:
1 – o dogma da transcendência divina
2 – as noções de culpa original dos homens e de perdão divino
3 – os dogmas da criação e do juízo final
4 – o missionarismo expansionista
5 – a moral celibatária
6 – as concepções de inferno, purgatório e reino dos céus
7 – a estrutura hierárquica da organização clerical

Os itens corretas são os de número:
a) 5 e 1
b) 3 e 6
c) 4 e 7
d) 6 e 4
e) 3 e 7

23. (Fuvest-SP) "Se volveres a lembrança ao Gênese, entenderás que o homem retira da natureza o seu sustento e a sua felicidade. O usurário, ao contrário, nega a ambas, desprezando a natureza e o modo de vida que ela ensina, pois outros são no mundo seus ideais."
(Dante Alighieri, Divina comédia, Inferno, canto XI, trad. Hernâni Donato.)

Essa passagem do poeta florentino exprime.
a) uma visão já moderna da natureza, que aqui aparece sobreposta aos interesses do homem.
b) um ponto de vista já ultrapassado no seu tempo, posto que a usura era uma prática comum e não mais proibida.
c) uma nostalgia pela Antiguidade greco-romana, onde a prática da usura era severamente coibida.
d) uma concepção dominante na Baixa Idade Média, de condenação à prática da usura por ser contrária ao espírito cristão.
e) uma perspectiva original, uma vez que combina a prática da usura com a felicidade humana.

24. (Fuvest) Os movimentos fundamentalistas, que tudo querem subordinar à lei islâmica (Sharia), são hoje muito ativos em vários países da África, do Oriente Médio e da Ásia. Eles tiveram a sua origem histórica:
a) no desenvolvimento do Islamismo, durante a Antigüidade, na Península Arábica;
b) na expansão da civilização árabe, durante a Idade Média, tanto a Ocidente quanto a Oriente;
c) na derrocada do Socialismo, depois do fim da União Soviética, no início dos anos noventa;
d) no estabelecimento do Império Turco-Otomano, com base em Istambul, durante a Idade Moderna;
e) na ocupação do mundo árabe pelos europeus, entre a segunda metade do século XIX e a primeira do século XX.

25. (Vunesp) “Deus colocou o servo na Terra para trabalhar e obedecer.”

Analise os compromissos, fortemente influenciados pela ação de uma instituição feudal, vinculando-os ao enunciado proposto.

26. (Vunesp) “Na sociedade feudal, o vínculo humano característico foi o elo entre subordinado e chefe mais próximo. De escalão em escalão, os nós assim formados uniam, tal como se se tratasse de cadeias infinitamente ramificadas, os menores e os maiores. A própria terra só parecia ser uma riqueza tão preciosa por permitir obter ‘homens’, remunerando-os." (Marc Bloch. A sociedade feudal.)

O texto descreve a:
a) hierarquia eclesiástica da Igreja Católica;
b) relação de tipo comunitário dos camponeses;
c) relação de suserania e vassalagem;
d) hierarquia nas corporações de ofício;
e) organização política das cidades medievais.



27. (Unicamp-SP) A tomada da cidade de Jerusalém foi narrada assim pelo historiador árabe Ibn al-Athir: “A população da Cidade Santa foi morta pela espada e os franj (*) massacraram os muçulmanos durante uma semana. Na mesquita [...], eles mataram mais de setenta mil pessoas.”

(*) franj: os francos, os soldados cruzados.

Para os árabes, os soldados invasores eram "bestas selvagens”, atrasados, ignorantes das artes e da ciência e fanáticos religiosos que não hesitavam em queimar mesquitas e dizimar populações inteiras. (Baseado em Amin Maalouf. As Cruzadas vistas pelos árabes.)

a) Descreva a visão que os árabes tinham dos europeus e a visão que os europeus tinham dos árabes no período das Cruzadas. Compare-as.
b) Quais foram as conseqüências das Cruzadas para a Europa?

28. (Fuvest) “Após ter conseguido tirar da nobreza o poder político que ela detinha enquanto ordem, os soberanos a atraíram para a corte e lhe atribuíram funções políticas e diplomáticas."

Essa frase, extraída da obra de Max Weber, Política como vocação, refere-se ao processo que, no Ocidente:
a) destruiu a dominação social da nobreza, na passagem da Idade Moderna para a Contemporânea;
b) estabeleceu a dominação social da nobreza, na passagem da Antiguidade para a Idade Média;
c) fez da nobreza uma ordem privilegiada, na passagem da Alta Idade Média para a Baixa Idade Média;
d) conservou os privilégios políticos da nobreza, na passagem do Antigo Regime para a Restauração;
e) permitiu ao Estado dominar politicamente a nobreza, na passagem da Idade Média para a Moderna.



GABARITO



1. (Enem/1999) Alternativa E

2. (Fuvest-SP) a) A civilização árabe (islâmica) e a bizantina (antigo Império Romano do Oriente)
b) Árabes: Estado e hierarquia social estruturados em bases religiosas, economia de excedentes dinamizada pelo comércio, urbanização, incorporação de elementos culturais do Oriente e do Ocidente, avanços significativos em diversos campos das ciências (da medicina à matemática, passando pela filosofia).
Bizantinos: Estado despótico, desenvolvimento da Igreja cristão do Oriente (ortodoxa, que se separou da Igreja católica romana), comércio sofisticado, centrado em Constantinopla, conservação do legado cultural romano, notadamente no campo do direito.

3. (Fatec-SP) Alternativa C

4. (Fuvest-SP) As obrigações de um vassalo compunham-se de compromissos de reciprocidade estabelecidos nas relações horizontais, ou seja, entre senhores. As obrigações servis, entretanto, definiam a condição de submissão dos camponeses (servos) e a sua exploração pelos membros da nobreza e do clero.

5. (UFPA) Alternativa D

6. (UFJF-MG) Alternativa A

7. (Fuvest-SP) Camada sociais da sociedade feudal: clero: o maior proprietário de terras e controlador da ideologia medieval; nobreza: os senhores proprietários que, junto com o clero, controlavam todo o poder feudal; servos: os trabalhadores dominados, submetidos a uma pesada tributação.

8. (Vunesp) Alternativa B

9. (Fuvest) Alternativa C

10. (EEM-SP) A expansão comercial e urbana ativou a efervescência cultural, que arruinaria a cultura monástica predominante, exigindo novos valores e conhecimentos, propiciados pelas novas instituições culturais, as universidade.

11. (Fuvest) Alternativa D

12. (Osec-SP) Alternativa A

13. (Cescem-SP) Alternativa E

14. (UFPA) Alternativa E

15. (Unicamp-SP) a) Usura é um contrato de empréstimo em que o devedor é obrigado a pagar juros.
b) A Igreja condenava o usurário por considerar que ele não produz riqueza ao lucrar com aquilo que não lhe pertence. A prática da usura estaria, portanto, contrariando o princípio bíblico de que “ganharás o pão com o suor do seu rosto”.
c) O renacimento comercial e urbano desencadeou o processo de formação do capitalismo. A dinamização das atividades econômicas foi acompanhada da expansão das atividades de crédito, inclousive a prática
dos empréstimos a juros. A mentalidade ainda fortemente religiosa, ao condenar a usura, acabava criando obstáculos para o pleno desenvolvimento do capitlaismo.

16. (Vunesp) Alternativa D

17. (Vunesp) Alternativa C

18. (Fuvest) a) Heresias são movimentos religiosos que discordam dos dogmas oficiais da Igreja católica.
b) A Igreja as condenou e reprimiu violentamente por intermédio dos tribunais da Inquisição.

19. (PUC-SP) Alternativa C

20. (Fuvest) O motos destas mudanças políticas foi o renascimento comercial, estimulado pela nova classe sociail, a burguesia. O renascimento provocou a decadência do feudalismo e dos poderes locais e universais.

21. (PUC-SP) Alternativa E

22. (PUC-SP) Alternativa E

23. (Fuvest-SP) Alternativa D

24. (Fuvest) Alternativa B

25. (Vunesp) A idéia, apregoada pela Igreja católica, de uma sociedade dividida em três categorias: os que oram, os que lutam e os que trabalham. Aos servos Deus teria deixado a tarefa de trabalhar para sustentar a todos e não questionar as regras vigentes naquela sociedade.

26. (Vunesp) Alternativa C

27. (Unicamp-SP) a) Basicamente, as duas civilizações tinham a mesma visão uma da outra: eram bárbaros, criminosos, infiéis, fanáticos que professavam uma religião herética.
b) O renascimento comercial, o enriquecimento de cruzados, a retomada das relações Ocidente-Oriente e, no limite, contribiu para o fim da Idade Média.
b) Quais foram as conseqüências das Cruzadas para a Europa?

28. (Fuvest) Alternativa E