Reflexão

A FÉ NÃO CONSISTE NA IGNORÂNCIA, MAS NO CONHECIMENTO.
João Calvino

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Hoje, 20 de junho... na História!


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1789 - Na França, terceiro estado proclama a Assembleia Nacional

"Nós daqui sairemos somente pela força das baionetas”, bradavam os deputados em resistência ao absolutismo e na busca de uma constituição


No dia 17 junho de 1789, em Versalhes, os deputados do Terceiro Estado acatam uma proposta do abade Sieyes e, com o reforço político de padres dissidentes da assembleia do clero, proclamam-se parte da Assembleia Nacional.
Algumas semanas antes, o rei Luis XVI havia reunido os Estados Gerais com os representantes das três ordens – nobreza, clero e terceiro estado (burguesia) – com vistas a encontrar uma solução ao déficit que assolava o governo. O terceiro estado representava os franceses que não tinham direito a qualquer privilégio particular. Seus deputados eram egressos da burguesia, composta em sua maioria por advogados.
Segundo as palavras de Sieyes, eles representavam “86% da Nação”. Isso fez com que seus deputados rejeitassem a medieval divisão em três ordens e passassem, inclusive, a se arrogar o direito de captação de impostos. Seguindo o exemplo dos norte-americanos e dos independentistas corsos, os deputados procuravam fixar por escrito as futuras regras de governo e as atribuições de cada oficial do governo nos termos de uma Constituição.
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O rei Luis XVI recebe muito mal a decisão e, a conselho da aristocracia, ordena o fechamento da sala Menus Plaisirs, onde os deputados tinham o hábito de se reunir. Em 20 de junho, os deputados se reúnem em uma outra sala de Versalhes, a Jeu de Paume, onde juram, sob a presidência de Bailly, “jamais se dispersar e se reunir em qualquer lugar que as circunstâncias exigirem até que a constituição do reino seja estabelecida e consolidada sobre fundamentos sólidos”.
Três dias mais tarde, em 23 de junho, o rei decide dirigir aos deputados ordens de maior firmeza e decreta que os grupos sejam fragmentados de acordo com as ordens de cada um de seus membros. O Terceiro Estado e seus aliados do clero, contudo, recusam a submissão.
A posteridade iria idealizar o incidente, atribuindo ao orador Mirabeau o célebre discurso “Vá dizer àqueles que vos enviam que nós estamos aqui pela vontade nacional e que nós daqui sairemos somente pela força das baionetas”. Guardas entram na sala para esvaziá-la. Mas eis que deputados da nobreza se interpõem. Ninguém menos que o marquês de La Fayette e o duque de La Rochefoucauld. Os guardas não ousam agir e se retiram. Informado do incidente, o rei cede: “Se não querem sair que permaneçam!”.
No dia seguinte, 46 deputados da nobreza liberal conduzidos pessoalmente pelo duque de Orléans, primo do rei, juntam-se aos deputados do Terceiro Estado e do clero no seio da nova Assembleia Nacional. Em 27 de junho, a conselho de seu ministro Necker, o rei ordena finalmente que os deputados se reúnam em Assembleia Nacional.
Enquanto isso, no campo, os camponeses se revoltam e começam a se dirigir aos castelos e aos terriers (tocas), velhos redutos em que estavam inscritos os direitos de propriedade dos senhores feudais. Os rumores de massacre se espraiam de uma aldeia a outra. É o Grande Temor.
À luz desses acontecimentos, os deputados compreendem que somente uma nova política de impostos  seria insuficiente para restabelecer a tranquilidade no país. Decidem rever as instituições monárquicas, um conjunto de direitos e de práticas fundados nos usos e costumes e nas incertezas da história.
Em 9 de julho de 1789, oficializam seu projeto de outorgar uma constituição ao reino e se autoproclamam Assembleia Nacional Constituinte. Seria o fim do absolutismo real e o início da Revolução Francesa.

1792 - Sans culottes fazem primeira investida contra o regime de Luis XVI


Nova política religiosa suscitava violenta oposição nos centros urbanos e no campo, onde a grande massa dos franceses continuava ligada ao clero

No dia 20 de junho de 1792, o rei Luis XVI se vê confrontado com a primeira jornada revolucionária dos sans culottes parisienses – trabalhadores e artesãos que não possuíam culotes, os calções típicos da nobreza.
O conflito entre o povo parisiense e a monarquia estava apenas começando. Suas causas estavam na nacionalização dos bens da Igreja. A nova política religiosa suscitava violenta oposição nos centros urbanos e no campo, onde a grande massa dos franceses continuava ligada ao clero local.
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Durante o verão de 1791, dois deputados, Gallois e Gensonné, avaliam in loco a Vendeia e Choletais e constatam que o fervor quase unânime da Festa da Federação (uma celebração comemorativa do primeiro aniversário da Queda da Bastilha) estava bastante desvanecido. Mesmo com a advertência dos dois parlamentares, a nova Assembleia Nacional legislativa convoca todos os padres refratários a prestar juramento. Desta vez o rei procede com seu veto.
Em 1º de fevereiro de 1792, 400 clérigos que não quiseram prestar juramento foram internados em Angers. A lei de 27 de maio de 1792 ameaça de deportação todos os religiosos refratários. O rei veta a medida novamente e a lei é suspensa. Padres se exilam. Muitos se escondem e continuam a praticar os sacramentos fora das igrejas. Outros, sobem ao cadafalso e são guilhotinados.
Mais além, vêm à tona ainda acontecimentos externos. Em 20 de abril de 1792, o rei e a Assembleia Nacional declaram guerra à Austria que, aliada à Prússia, concentra suas tropas na fronteira. A Assembleia vota um decreto visando a formar um contingente de 20 mil voluntários nos muros da capital para defendê-la. Novamente o rei lança seu veto.
O ministro Roland, um jacobino, dirige-lhe uma carta de admoestação. A carta é rechaçada e o rei constitui um novo ministério, composto unicamente por personalidades do Clube des Feuillants, grupo político de tendência monarquista constitucional que se opunha à destituição do rei Luis XVI. Essa foi a gota d’água para os sans culottes, que se agitam nos clubes revolucionários jacobinos.
Em 20 de junho de 1792, exigem que a Assembleia prive o rei de seu direito de veto para depois investir contra o palácio das Tulherias, onde residia a família real. Desafiam o rei Luis XVI bradando “abaixo o veto!”. Pressionam o monarca a cobrir a cabeça com um barrete vermelho e a beber uma taça de vinho “à saúde do povo”. Todavia, Luis XVI não se deixa desmoralizar e não faz qualquer concessão à multidão, que se retira sem ter obtido nada menos que satisfações simbólicas.
Os espíritos se acaloraram. Em 11 de julho, a Assembleia decreta que “a pátria está em perigo” e mobiliza o país diante da previsão de invasão estrangeira. Abre os escritórios de alistamento para recrutar voluntários e reforça os efetivos do exército.
Os voluntários se alistam com entusiasmo relativo, de acordo com cada região. O leste do país está mais mobilizado do que o oeste. Em Paris, os destacamentos da Guarda Nacional percorrem as ruas ao som de marchas militares, precedidos de um estandarte com a seguinte inscrição: “Cidadãos, a pátria está em perigo”.
Apesar do veto do rei, os deputados tomam a liberdade de autorizar os voluntários dos departamentos de invadir Paris, de modo que os marselheses chegam à capital cantando valentemente o Canto de Guerra do Exércitio do Reno, que seria rebatizado de Marselhesa pelos parisienses.
Em 15 de julho, em Coblença, às margens do Reno, o duque de Brunswick, que comandava o exército prussiano, promete em manifesto escrito “submeter Paris a uma execução militar e a uma subversão total, se a família real sofrer o menor ultraje”.
Contrariamente às suas expectativas, a ameaça desencadeia um assomo patriótico dos franceses
Também nesse dia:
1940 - França se rende à Alemanha nazista sem lutar



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